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Palavras soltas (20/10/2014 - Hospital/ The hospital)



As palavras soltas de hoje sentem-se contadoras de histórias. Contadoras de uma história simples e igual a todas as outras histórias que estamos habituados a ouvir. Ou, então, não. E esta história é uma história de um rapaz que conhece uma rapariga mas, ficam desde já a saber, que não se trata de uma história de amor. Onde ficamos exatamente? Ah, já me recordo. Olhou mais de perto e reparou que a rapariga que ele tanto procurava estava agarrada a alguém que estava deitado no chão. Parecia ser um homem. "Chamem o INEM!" Gritou ele. "Chamem o INEM que este homem está muito mal!" Voltou a gritar. E ela olhou para ele a chorar e só lhe conseguiu dizer obrigada.O INEM não tardou a chegar. Ela entrou na ambulância para acompanhar o homem chorando de forma descontrolada. Ele resolveu seguir a ambulância de perto. Queria ajudá-la. Sentia-se no dever de o fazer. Chegaram ao hospital e ela ficou retida na porta que dava entrada para as urgências. A partir dali não podia acompanhar mais o homem. Ele estacionou o carro o mais rapidamente possível e encaminhou-se para o interior do hospital até encontrá-la aninhada num canto da sala de espera a chorar compulsivamente. "Acalma-te. Vai correr tudo bem, vais ver." Disse ele tentando levantá-la. Ela abraçou-se a ele a chorar e não conseguiu proferir uma palavra, apenas limitou-se a chorar. As horas, que eram compostas, apenas, por 60 minutos, pareciam não passar. A rapariga continuava a chorar agarrada a ele. "Sei que posso parecer-te um pouco egoísta, mas posso tentar saber o teu nome?" Perguntou ele receoso da resposta. Ele não queria parecer egoísta. Achou que esta seria a melhor forma de quebrar o gelo e fazê-la sentir-se melhor. Ela parou de chorar. Levantou a cabeça lentamente e olhou-o. Para ele aquela troca de olhares pareceu-lhe durar 60 minutos. Mas não durou mais do que 60 segundos. "Maria!" Disse ela levantando-se num ápice e correndo para os braços de uma mulher. Ele achou que já não estava a fazer nada ali e foi para casa sem lhe dizer nada. Bem, mas isto já são outras palavras soltas. Ana Reis





Today my words are storytellers. They will tell you a simple story. A story like all the other stories we're used to hear. Or, not. And this story is a story of a boy who meets a girl but you need to know that this is not a love story. Where were we exactly? Oh! Now I remember. He looked more closely and noticed that the girl he was looking for was clinging to someone who was lying on the floor. It seemed to be a man. "Call the INEM!" He shouted. "Call the INEM because this man is dying!" He screamed again. And she looked at him crying and she said thank you. INEM didn't take too long coming. She entered the ambulance to accompany the man and continued uncontrollably crying.  He decided to follow the ambulance closely. He wanted to help her. He felt the duty to do so. The ambulance get to the hospital and she was stranded on the door that gave entrance to the emergency room. From there she couldn't follow him no more. He parked the car as quickly as possible and got into the hospital and he find her tucked away in a corner of the waiting room compulsively crying. "Calm down. He'll be fine, you'll see." He said trying to get her up from the ground. She hugged him crying and she didn't say a word. She just continued crying. The hours, which were composed only by 60 minutes, didn't seem to pass at all. The girl continued crying. "I know I can seem to be a little bit selfish, but what's your name?" He asked afraid of the answer. He didn't want to appear selfish.  But he thought that this would be the best way to break the ice and make her feel better. She stopped crying. She lifted her head slowly and looked at him. For him that exchange of glances seemed to last 60 minutes. But it didn't last more than 60 seconds. "Maria!" She said getting up and running at a glance into the arms of a woman. He thought he was no longer doing anything there and he went home without telling her anything. Well, but this is already another kind of words. Ana Reis

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