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A mostrar mensagens de abril, 2017

Palavras soltas (Your smile/ O teu sorriso)

https://www.youtube.com/watch?v=BF-nZziUCCY As palavras soltas de hoje falam sobre o teu sorriso. Tira-me toda a comida que alimenta cada célula que compõe e organiza todo o meu corpo. Tira-me o ar que eu respiro e que alimenta os alvéolos dos meus pulmões. Tira-me tudo menos o teu sorriso. Flôr em botão que se abre ao toque mágico de uma canção. Não me tires a água que jorras na tua alegria. Todos os dias, quando regresso do trabalho, carrego um semblante pesado e duro de toda a minha luta diária. E os meus olhos, trazem consigo todo o cansaço de verem a terra que não muda. Entro a porta de casa e o teu sorriso tudo ilumina. Entro a porta de casa e o teu sorriso ilumina o meu mundo. Abres-me todas as portas da vida. Porque o teu sorriso é flôr na primavera e espuma de mar no outono. Sorri para a noite, para o dia, para a lua. Sorri para as ruas. Sorri e ri-te de mim. Da pessoa desajeitada que sou. Da pessoa que cora quando sorris. Da pessoa que nunca sabe onde estão as chaves

Palavras soltas (Four-leaf clovers/Trevos de quatro folhas)

https://www.youtube.com/watch?v=Xfw8uktdLEc As palavras soltas de hoje falam sobre trevos de quatro folhas. Tu és um trevo de quatro folhas. Fazes-me sonhar e querer acordar só para te voltar a encontrar.  Tu és aquele abraço bom que me faz sentir em casa. E, amanhã, se decidires partir leva-me contigo. Leva-me para passear num lugar qualquer. Prometo estar sempre a teu lado. Prometo dar-te tudo o que precisas. Porque tu és trevo de quatro folhas. És aquela conversa boa. E fazes-me acordar para a vida. Olha-me fixamente. Eu também gosto de me ver através dos teus olhos. É tudo tão bonito visto de lá. Tem côr de marte e cheiro de vénus. Tem a capacidade de me transportar para outras galáxias. Leva-me para a galáxia onde tu moras. Arrepio-me. E tu és trevo de quatro folhas. É impossível calar a minha boca. Abraça-me com força e percorre todo o meu caminho. Prova-me, olha-me, sente-me, cheira-me e fica em mim. Ouve-me junto ao ouvido. Usa todos os teus sentidos e concentra-os em mi

Palavras soltas (Baloons/ Balões)

https://www.youtube.com/watch?v=t69HKzJBwFc As palavras soltas de hoje falam sobre balões. Um dia vamos fazer uma corrida de balões. Só para ver como é o céu lá em cima. Só para ver quem chega primeiro ao fim do arco-íris. Só para ver se o vento é capaz de nos levar a bom porto. Jura que este momento durará para sempre. E como é que um momento pode durar para sempre? Como é que um sentimento pode nunca morrer? Como pode uma história ser eterna? Amor. Por vezes, a nossa felicidade é capturada, como se fosse fotografada, de uma forma qualquer, inexplicável, num lugar qualquer. Será assim que se pode tornar o amor eterno!? Fotografando-o?! E os minutos passam a horas. E as horas depressa tornam-se dias. Os dias rapidamente transformam-se em anos. O tempo voa ... Cheguei tarde demais. Talvez alguns momentos não tenham sido tão perfeitos e algumas memórias tão doces, mas é preciso passar por maus momentos para darmos valor aos bons. E, quando achamos que está tudo perdido, e que entre

Palavras soltas (Norte/North)

https://www.youtube.com/watch?v=c6qoRKZab2k As palavras soltas de hoje falam sobre o Norte. As minhas palavras são assim. As minhas palavras são como a vida que vagueia. E a minha vida vagueia pelo mundo dos sonhos e pensamentos. E as minhas palavras vagueiam pelos caminhos do mundo. Ora por um mar de espuma, como barco que navega ao sabor do vento. Ora por um deserto que o simum veio visitar. Muitas vezes, com os pés dormentes, sem força para irem mais além neste imenso mar de areia. Muitas vezes, com os braços partidos do cansaço de remar contra a corrente. E a bússola da minha vida nem sempre indica o mesmo norte. "Segue-me!" E eu sigo os teus olhos doces. Estendo os meus braços. Segura de que seria bom que eu os ouvisse pedir-me para segui-los. O meu olhar guarda ironias e cansaços de guerras perdidas e esquecidas. Cruzo os braços. Tem dias em que a minha falta de vontade é a mesma com que rompi o ventre da minha mãe. Sigo os meus próprios passos. Tropeço nos meu

Palavras soltas (Umbrella/Guarda-chuva)

https://www.youtube.com/watch?v=D2C96iZHObk As palavras soltas de hoje falam sobre guarda-chuvas. O meu guarda-chuva tem um desenho peculiar. Tem linhas com cores indefinidas e desenhos abstractos. Tem uns soldados de Londres pintados à mão para afastar qualquer gatuno ou ladrão que me tente importunar. Pelo meio, a intervalar, tem umas pintas e riscas que deixam qualquer um confuso. Tem uns autocarros, estilo inglês, que lhe dão um ar pitoresco. Aliás, os autocarros tornam-nos velozes. A mim e ao guarda-chuva. E, quando as gotas de chuva caem e tocam-lhe, o meu guarda-chuva entoa uma melodia nunca antes ouvida. Ecoa uma melodia que me acompanha durante o caminho chuvoso e tempestuoso trazendo memórias de dias iluminados pela luz solar. Aquece o meu coração. Faz-me esquecer o inverno que me tenta absorver. Gosto de ti, chuva. Dizes-me coisas ao ouvido que ninguém entende. Contas-me histórias que só nós percebemos. Libertas sonhos porque lavas a minha alma. O meu guarda-chuva já

Palavras soltas (Bedroom/Quarto)

https://www.youtube.com/watch?v=qXM0JdAwabU As palavras soltas de hoje falam sobre o meu quarto. O meu quarto não é igual aos outros. No tecto tenho cometas, estrelas, planetas, desenhados. E movem-se. Movem-se com  o ondular dos meus sonhos. Movem-se à velocidade dos meus pensamentos. Movem-se como se movem os deuses do Olimpo. Movem-se. O meu quarto tem um cabide de madeira onde penduro todos os meus desgostos e gostos diários. Deixo-os lá para eu poder decidir o que vestir no dia seguinte de manhã. Se visto gostos ou se visto desgostos. No outro canto tenho uma televisão. A minha janela para o mundo. A janela do mundo para o meu quarto. Deixo entrar por ela todas as magias de David Copperfield , as migalhas das bolachas que o monstro das bolachas devora, o perfume de todos os cozinhados do Masterchef Austrália , ... Pelo meu televisor entram guerreiros de tempos já esquecidos, príncipes e princesas jamais falados, ou contados, na história. Entra a magia do Harry Potter e a

Palavras soltas (Reasons/Motivos)

https://www.youtube.com/watch?v=H0n5KrYlzgI&list=RDH0n5KrYlzgI As palavras soltas de hoje falam sobre motivos. E motivos há mais do que muitos. Motivos que nos fazem rir. Motivos que nos fazem gritar. Motivos que nos fazem chorar. Motivos que nos fazem chorar. Existem mesmo mais do que muitos motivos. Não somos nós que os desenhamos. Não somos nós que os criamos ou imaginamos. Os motivos existem porque assim tem que ser. Os motivos nascem e desaparecem sem se fazerem anunciar. Os motivos são fortes. Os motivos são tão fortes que nos fazem escalar montanhas. Os motivos são complexos. Os motivos são complexos como teias de aranha. Alguns motivos prendem-nos. Alguns motivos fazem-nos voar. E alguns motivos fazem-nos rir às gargalhadas. Mas alguns motivos fazem-nos chorar. Alguns motivos fazem-nos chorar. Motivos que nos fazem chorar. Motivos que nos abraçam. Motivos que abraçamos. Motivos que são tão pequenos que nem reparamos que são motivos. Motivos que aparecem nos nosso

Palavras soltas (Garden benches/Bancos de jardim)

https://www.youtube.com/watch?v=J74Y6kDDTkM As palavras soltas de hoje falam sobre bancos de jardim. E é nos bancos, que existem nos jardins públicos, que muitas conversas acontecem. E é nos bancos dos nossos jardins citadinos que muitos olhares se trocam. Muitos destes olhares dão-se. Os bancos dos jardins que decoram as nossas cidades são palco de discussões e de reconciliações. Não fossem os jardins os nossos companheiros de uma vida. Vêem-nos a brincar no escorrega. Amparam os nossos primeiros passos desajeitados. Servem de via para as nossas primeiras pedaladas. Aconchegam-nos com as sombras das suas árvores nos nossos piqueniques de verão. Servem de palco para o nosso primeiro beijo e para a nossa primeira zanga amorosa. Entretêm-nos quando a idade já não nos permite viver grandes aventuras. E, quando a noite abraça toda a sua natureza, ouvem-se os mochos e todos os animais nocturnos que lá habitam. Cada um a falar à sua maneira. Cada um a tentar fazer-se ouvir. Os banco

Palavras soltas (Kisses/Ósculos)

https://www.youtube.com/watch?v=MKk1u5RMTn4 As palavras soltas de hoje homenageiam os ósculos. Não fossem ósculos fusões de amor. Fusão do meu e do teu amor. Ósculos que se fundem. Os nossos ósculos fundem-se. Ósculos repenicados. Ósculos roubados. Ósculos pedinchados. Ósculos secos. Ósculos molhados... da chuva. Ósculos agarrados. Ósculos apertados. Ósculos com cheiro a rosas. Ósculos com cheiro a pastilha elástica de mentol. Ósculos com sabor a primavera no outono. Ósculos com sabor a verão no inverno. Ósculos com sabor a dentífrico. Ósculos que osculam. Ósculos que estremecem. Ósculos que fazem a terra tremer. Ósculos que falam sem nada dizer. Ósculos que matam. Ósculos que nos acordam de manhã. Ósculos que tornam o meu acordar melhor! Ósculos que despertam-nos a meio da noite com um sorriso nos lábios e no coração. Ósculos que iluminam os dias escuros de trovoada. E não são precisos relâmpagos porque existem ósculos que iluminam muito mais do que qualquer tempestade eléct

Palavras soltas (Forgetfulness/ Esquecimento)

https://www.youtube.com/watch?v=20pAJPNaAyw As palavras soltas de hoje falam sobre esquecimento. Hoje vi-te. Falaste-me sem dizeres o meu nome. A tua memória falha. Não pela tua idade. A tua memória falha porque o destino deixou-te um pequeno presente no teu cérebro. O destino?! Guardas no teu cérebro um pedaço de medo. Aos poucos sei que te vais lembrando cada vez menos de mim. Vais esquecer como costumavas falar para mim sempre que te via a caminho da escola, de mochila às costas. E, se não souberes a cor da minha mochila, não te preocupes, eu também não me lembro. Amanhã irás saber tocar à minha campainha como fazias todos os dias para me dizeres "olá"?! Irás saber onde fica a minha casa?! Irás perguntar por mim?! Sou a tua companheira de conversas de adultos com mais de 60 anos. Aquelas conversas que só alguns sabem ter. Muitos por falta de paciência. Tu sabes que eu tenho paciência para todas as tuas perguntas. Ainda ontem me perguntaste se o meu pai está a trabal

Palavras (Cats/ Gatos)

https://www.youtube.com/watch?v=GbpP3Sxp-1U As palavras soltas de hoje falam sobre gatos. Ron-ron. Ronronar. Respirar no ouvido do dono. Pedir carinhos com a cabeça. Roçar-se nas pernas. Ron-ron. Miar para chamar a atenção. Miar porque quer comer. Miar porque sim. Caixa de areia. Ração. Comida enlatada. Pedigree. Porque os gatos não são capazes de falar mas falam de uma forma distinta. A sua cauda, exemplo da complexidade do seu vocabulário, não é estática. Muitas vezes, torna-se objecto de caça. Brincadeira. "Anda cá!" O gato deixa-se ficar. Na sua cama. Numa cadeira da mesa de jantar. No sofá. Na cama do dono. Naquela prateleira que tem os tapetes no armário de arrumos. O gato fica em casa e vai arejando o prato e a caixa de areia. Ergue a cauda numa tentativa de contestar o domínio pelos quintais. Pelo seu e pelos dos vizinhos que restam. Caçador furtivo de ratos. Arreganha dentes para contestar ordens tirânicas. O gato, português vulgar, é um tigre doméstico. C

Palavras soltas (Screams/Gritos)

https://www.youtube.com/watch?v=3mleB_JhztU As palavras soltas de hoje falam sobre gritos. Xiuuu... Não digas nada. Não há maior suavidade do que não ter nada para dizer. Tudo se entende. Não são precisas palavras. Tudo metade. Tudo inteiro. Não digas nada. Deixa esquecer. Não digas nada. Ouve o sorriso audível das folhas. Escuta a brisa. Vamos jogar um jogo?! Vamos ver quem é o primeiro a sorrir?! Ri. Adoro o teu sorriso. Traz cheiro a flores na primavera e brilho do sol no verão. Sente o vento a tocar-te a nuca. Não são precisas palavras para nos entendermos. Os nossos olhares tocam-se. Falamos o que não se conversou. Não sabemos se é o início ou o fim. Falamos sem serem necessárias palavras. Não é o que há no coração que dói. São as formas sem forma. Algumas coisas passam sem que a dor as possa conhecer ou sonhar. Árvore que vai ficando sem folhas. Grito! Gritos! Deixemos de viver entre vestígios e brumas. Bem, mas estas já são outras palavras soltas. Ana Reis https://w

Palavras soltas (Asylums/ Manicómios)

https://www.youtube.com/watch?v=1K9jBL2syJ8 As palavras soltas de hoje falam sobre manicómios. E tenho pena que não existam manicómios para corações. Manicómios para cabeças existem mais do que muitos! Palimpsesto. O coração parece, com o tempo, um palimpsesto. Um palimpsesto cujo texto ainda não foi escrito e, muito menos, pensado. Economiza-se. E a razão é menos sensata do que o coração. Porque não existem, então, manicómios para corações?! Não faz sentido. E ainda bem. Se fizesse sentido seria razão, seria cabeça, não seria coração. E se não é coração não interessa. O coração fala e todos ouvem. Ouvem aqueles que têm ouvidos no coração. A razão fala e o mundo ouve. Mas nem todos percebem. Nem sempre é perceptível para quem tem ouvidos no coração. Sossega coração. Já aí vêm colocar-te a camisa de forças. Não desesperes. O tempo é infinito no manicómio dos corações. Lembra-te que, talvez um dia, encontres o que queres porque queres. Lembra-te que, talvez um dia, encontres aque

Palavras soltas (Roses/ Rosas)

https://www.youtube.com/watch?v=UfGRUCsObZ0 As palavras soltas de hoje falam sobre rosas. As rosas da minha infância, lembro-me como se fosse ontem, desabrochavam de uma forma peculiar. Eram rosas pequenas e cor-de-rosa que, tal como os primeiros amores, desabrochavam ao toque, quase imperceptível, dos suaves orvalhos matinais. Em vão ostentais essa beleza suprema. Diadema. Ilusão. Pois só sois belas aos meus olhos. Pois não sois belas aos olhos de mais ninguém. E, numa tentativa falhada de chamarem a atenção, encheis de perfume o ar do entardecer. Aquele perfume fresco, ligeiramente adocicado, que torna o meu pôr-do-sol em sol nascente. Beijos amorosos. Em vão decorais o meu cabelo. Puro afecto. Tentativa falhada de união das almas. Sois restos perdidos quando murchais. Folhas mortas que todos esquecem. Folhas mortas que o tempo apaga e espalha. Espalha pela brisa do Inverno ou pela mão de um qualquer caminhante. Deixai-vos cultivar por mão certa e, só assim, vos tornareis