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A mostrar mensagens de outubro, 2014

Palavras soltas (31/10/2014 - Dia das Bruxas/ Halloween)

https://www.youtube.com/watch?v=xpvdAJYvofI As palavras soltas de hoje, como não poderia deixar de ser, querem brincar ao Halloween! Tudo é possível no Dia das Bruxas. O caldeirão fervente transborda feitiços e magias. O cheiro a ervas com odores muito intensos misturado com amores inventados ou, de certa forma, arranjados depressa espalha-se por todo o ar. Amuletos feitos de esqueletos, ou do que resta deles, ossos tilintam pendurados na parede. Um coração feito de abóbora doce recheada de ideias loucas e de palavras esdrúxulas com um sorriso e olhos esculpidos iluminados pela luz trémula e ténue de uma vela ilumina toda a sala. Tudo é possível no Dia das Bruxas. Os sonhos que se tornam pesadelos decorados com morcegos e teias de aranha ludibriam a realidade. As viagens que se fazem no interior laranja de uma abóbora como se fosse uma montanha russa. Os espelhos que se transformam em portas para um outro mundo. Para um outro mundo nauseabundo, ilógico na nossa lógica de ser.

Palavras soltas (29/10/2014 - Quadros/Paintings)

https://www.youtube.com/watch?v=8N0bkdJBrTM As palavras soltas de hoje sentem os olhos pesados. Pesados pelo cansaço de lutar contra um inimigo invisível. Existem alguns quadros na parede do meu quarto. Olho-os e penso-os. Penso neles para que existam. Penso neles para que deixem de ser meros pedaços de tinta pincelados de forma ordeira. Penso neles para que ganhem vida, deixando o seu ser inanimado e triste para trás. Deixando de ser o que outros quiseram que eles fossem. Penso neles para que existam. Olho-os. Não encontro neles mais do meia dúzia de palavras. Aliás, já não lhes vejo mais desenhos ou pinceladas. Vejo neles uma história desenhada e não falada ou contada. Cada traço é um conjunto de sentimentos, pensamentos, ideias, emoções, loucuras ou bravuras, travessuras, risos, gargalhadas soltas outrora perdidas naquelas telas. Olho-os e penso-os. Ouço-os. Ouço a música. Ouço as notas musicais como se estivesse presente, diante de mim, uma orquestra sinfónica. Coorden

Palavras soltas (29/10/2014 - Respirar/To breathe)

https://www.youtube.com/watch?v=cgqOSCgc8xc&index=2&list=RD5YXVMCHG-Nk As palavras soltas de hoje sentem-se contadoras de histórias. Contadoras de uma história simples e igual a todas as outras histórias que estamos habituados a ouvir. Ou, então, não. E esta história é uma história de um rapaz que conhece uma rapariga mas, ficam desde já a saber, que não se trata de uma história de amor. Onde ficamos exatamente? Ah, já me recordo. Ela parou de chorar. Levantou a cabeça lentamente e olhou-o. Para ele aquela troca de olhares pareceu-lhe durar 60 minutos. Mas não durou mais do que 60 segundos. "Maria!" Disse ela levantando-se num ápice e correndo para os braços de uma mulher. Ele achou que já não estava a fazer nada ali e foi para casa sem lhe dizer nada. "Maria!" Disse ela novamente enquanto continuava abraçada a Maria. "Não sei o que fazer! Estou tão perdida!" Continuou ela. "Tem calma, minha filha. Vai tudo correr bem!"

Palavras soltas (28/10/2014 - Cotovelo/ Elbow)

https://www.youtube.com/watch?v=ZAQeq0XIu6g As palavras soltas de hoje estão pensativas. Lembro-me de uma rua pequena e estreita que fazia cotovelo e que à noite, no escuro, escondia um mistério mascarado com outro mistério. E fechando os olhos conseguia pensar numa outra coisa, num outro lugar que não aquela rua pequena e estreita que fazia cotovelo. E o som descarado dos pequenos morcegos que vagueavam ao sabor da neblina nocturna era o acompanhamento para o eco dos meus passos enquanto ia caminhando naquela calçada que outrora fora pisada por outros pés. Se o silêncio se mantivesse por um longo período de tempo era possível ouvir o ruído das correntes que outrora foram arrastadas nos pés daqueles que sofreram com a escravidão. O poço, por baixo do arco decorado com trepadeiras, tinha água fresca e profunda durante todo o ano. Perto dele ouviam-se os ecos outrora gritados por crianças que brincavam por ali. E lá dentro as palavras soavam ferozes como leões, ursos,... E a bri

Palavras soltas (27/10/2014 - Insultos/ Insults)

https://www.youtube.com/watch?v=ayVuQLT00v0 As palavras soltas de hoje estão simplesmente soltas. Apetece-me soltar um número inesgotável e impensável de palavras insultuosas para o ar. E a vontade é tamanha que, quando abro a boca para as proferir não me sai nada. Mas a vontade é mesmo grande! Eu é que não tenho um vocabulário rico em palavras insultuosas. Posso parecer grosseira, indelicada, até um pouco injuriosa mas nem isso consigo ser. Não tenho um vasto vocabulário insultuoso. Vou tirar um curso de insultos. Disciplina principal do primeiro trimestre do primeiro ano: Iniciação à Teoria dos Insultos (ITI). Uh! Até parece um assunto sério... E é! As pessoas que usam insultos deveriam tirar esse curso. Deveria ser obrigatório ser formado em Insultologia para poder insultar quem quer que fosse ou o que quer que fosse. Disciplina principal do segundo trimestre do primeiro ano: História dos Insultos (HI). Uh! Até parece um curso de verdade... E é... bem... não é mas deveria s

Palavras soltas (23/10/2014 - Músculos/Muscles)

https://www.youtube.com/watch?v=s86K-p089R8 As palavras soltas de hoje estão musculares. Perante as atitudes que não consigo compreender de pessoas que se diziam próximas o meu músculo Frontal tensiona-se dando origem a uma série de rugas de expressão que transmitem um sentimento de indignação e, talvez, de algum desconforto. Esboço um sorriso movendo o meu músculo Risório e o Frontal volta ao seu devido lugar. Dois locais muito bons para rugas de expressão. Sem dúvida! Nem tenho palavras. É o que me vale. Porque se as tivesse teria que deixar funcionar o Pequeno Zigomático para subir  e baixar o meu lábio superior e o Depressor do Lábio Inferior para exercer movimentos com o meu lábio inferior. Rebuscado não?! Bonito não?! Para alguns estas palavras perderam-e no meio de tantos termos musculares. O Frontal tomou as rédeas, neste preciso momento, da minha expressão. Ufa! Sorrio. O Risório resolve sempre esta minha tensão natural e quase imperceptível. Só é perceptível porque t

Palavras soltas (21/10/2014 - Promessa/ Promise)

https://www.youtube.com/watch?v=qdo_-U4PEsk As palavras soltas de hoje querem fazer uma promessa. Querem prometer-te que estarão sempre aqui. Estejas onde e como estiveres. Seja para rir ou para chorar. Seja apenas para estar contigo a olhar o céu imenso sem dizer uma única palavra. Onde quer que estejas eu estarei por perto. Basta que chames por mim. Basta que digas o meu nome, nem que seja em pensamento. Eu consigo ouvir o teu interior gritá-lo em qualquer parte do mundo. E, mesmo nos dias em que eu viajo até à lua, basta que me chames em sonhos. Quando olhares para a tua cama estarei a teu lado. De que servem as palavras se não as usamos devidamente ou se as desperdiçamos a dizer coisas banais e sem qualquer importância. As palavras são para serem usadas nos bons e nos maus momentos. Nas reprimendas e nas felicitações. Nos abraços e nos beijos. O amor é para ser falado com as palavras certas e não com as palavras que saem, sem qualquer significado, pela nossa boca. E são es

Palavras soltas (21/10/2014 - Palavras /Words)

https://www.youtube.com/watch?v=nQY4dIxY1H4 As palavras soltas de hoje estão faladoras. Mas apenas apetece-lhes falar para dentro. E como consigo eu fazer sair as palavras que não querem sair? Tiro-as com um alicate? Tiro-as com um anzol? Não sei como vou conseguir fazê-las sair... Tento. Talvez porque estas não sejam palavras que nos beijam. Talvez sejam apenas meras e simples palavras sem boca, sem sentimentos, ... completamente incapazes de amar e de expressar qualquer tipo de sentimentos. Palavras de amor... Palavras de esperança... Palavras exageradamente amadas e esperançadas. Palavras despidas de preconceitos. Palavras despidas de todo e qualquer tipo de roupa. Palavras sem rosto. Palavras que nos são completamente desconhecidas e desconhecidas delas mesmas. Talvez sejam palavras outrora coloridas e agora sem cor. Palavras inesperadas. Palavras esperadas. Palavras que se colam a nós só porque sim. Há palavras que nos fazem viajar até ao lugar onde o dia é mais brilha

Palavras soltas (20/10/2014 - Hospital/ The hospital)

https://www.youtube.com/watch?v=BOboa27SHDE As palavras soltas de hoje sentem-se contadoras de histórias. Contadoras de uma história simples e igual a todas as outras histórias que estamos habituados a ouvir. Ou, então, não. E esta história é uma história de um rapaz que conhece uma rapariga mas, ficam desde já a saber, que não se trata de uma história de amor. Onde ficamos exatamente? Ah, já me recordo. Olhou mais de perto e reparou que a rapariga que ele tanto procurava estava agarrada a alguém que estava deitado no chão. Parecia ser um homem. "Chamem o INEM!" Gritou ele. "Chamem o INEM que este homem está muito mal!" Voltou a gritar. E ela olhou para ele a chorar e só lhe conseguiu dizer obrigada.O INEM não tardou a chegar. Ela entrou na ambulância para acompanhar o homem chorando de forma descontrolada. Ele resolveu seguir a ambulância de perto. Queria ajudá-la. Sentia-se no dever de o fazer. Chegaram ao hospital e ela ficou retida na porta que d

Palavras soltas (16/10/2014 - Naftalina/ Mothballs)

https://www.youtube.com/watch?v=a7XJ9poPvgI As palavras soltas de hoje sentem-se estranhas. E este cheiro a naftalina perfumada consegue ser agressivo para as minhas células olfativas. Cheira bem... Não, não cheira mesmo nada bem. Nunca na vida a naftalina teve direito a ser considerada um perfume. Jamais! E, agora, inventam a naftalina perfumada. Não foi agora. Já existe há algum tempo. Mas a naftalina, perfumada ou não, para mim nunca deixa de ser naftalina. Estranho seria se deixasse de ser. A minha cabeça tenta fazer-me acreditar que a naftalina perfumada tem um cheiro bom. Ter, até teria, mas, para isso, teria de deixar de ser naftalina. Estranho seria se a naftalina fosse perfumada mesmo continuando a ser naftalina. Estranho seria se o sal deixasse de ser salgado e passasse a ser sal doce. Estranho seria se a laranja deixasse de saber a laranja e passasse a ser laranja com sabor a maçã. Estranho seria se o frio deixasse de ser frio e passasse a ser um frio quente. Estranh