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Mensagens

A mostrar mensagens de fevereiro, 2014

Palavras soltas (28/02/2014 Eu / Myself)

Podia começar a debitar mil e uma palavras nesta página e deixá-las ficar. Algumas ficariam esquecidas. Outras perdidas. E haveria sempre alguma que ficaria apenas depositada e ponto. Mas o meu objectivo não é criar uma lixeira de palavras e muito menos um cemitério delas. Quero que elas possam fluir. Que cheguem a algum destino. A mente humana fascina-me. Adoro observar e avaliar o percurso da minha mente. Ontem tive uma experiência no mínimo fantástica. Cheguei sem saber o que me esperava. O desconhecido torna-se, muitas vezes, assustador. Mas aquele desconhecido soou-me a aventura. Estava mesmo muito curiosa por saber com iria ser. A novidade também pode gerar medo mas não foi o caso. O segurança assegurou-me que eu estava no local certo. Menos mal. Inspirei fundo e expirei. Isto tudo antes que o meu típico ataque de pânico pudesse pensar em mostrar o ar da sua graça. E não mostrou. Ficou-se pelo seu refúgio. E que fique por muito tempo. Eu quero que ele fique. O sorriso dela fez-

Tomás e o Ervilhinha (capítulo 1) / Thomas and the Small Pea (chapter 1)

Abriu os olhos e avistou milhares de pequenos olhos a observarem-no. Pequena vila. Pequena bola verde com olhos e sorriso grandes. Nessa noite Tomás subiu as escadas até ao seu quarto a arrastar-se. Tinha sido um dia doloroso, como todos os outros. Tomou um banho bem quente. Vestiu o seu pijama e escovou os dentes. Estava pronto para sentir o conforto da sua cama muito pouco confortável. Mas era a única cama que podia ter, assim como só lhe restava o pequeno sótão como quarto. Mas pelo menos era só seu. Deitou-se e cobriu-se bem com os cobertores. Estava uma noite bem fria. Os olhos ja não aguentavam nem mais um minuto abertos. Tomás desistiu da luta e fechou-os. Quando voltou a abri-los viu milhares de pequenos olhos a observarem-no. Voltou a fechar. Abriu-os novamente na esperança de terem desaparecido mas eles teimavam em continuar ali. Levantou-se num sobressalto. Todos os olhos que tinha avistado quando acordou tinham desaparecido. "-Ufa, que alívio!" Pensou.

Palavras soltas (24/02/2014Bipolar)

Hoje as palavras soltas serão inconstantes. E até um pouco intemperamentais. Tal como eu. Hoje não estou para palavras soltas felizes mas algumas vão soar como tal. Hoje foi a segunda etapa complicada desta nova fase da minha vida. Já não durmo nada há 3 ou 4 dias. Mas ainda assim a minha cabeça teima em não querer dormir. Antes de entrar observei a sala de espera. Estávamos mesmo muitos num espaço tão pequeno. Uma senhora, que pareceu-me estar a fazer ou ter feito quimioterapia, sorriu para mim. E eu retribuí o sorriso. O nosso sistema nervoso é mesmo engraçado. Não estávamos lá por um motivo feliz, muito pelo contrário, e eu sentia-me e sinto-me bastante triste mas consegui, ainda assim, retribuir o sorriso de forma verdadeira. Deve ter sido dos nervos. Depois olhou para mim e disse-me: "-O meu marido deve estar a chegar." E chegou. Confessou que já havia sido operada muitas vezes e que desta vez o médico que nem pensasse em operá-la. Já está cansada de tantas operações.

Tomás e o Ervilhinha (Introdução)/ Thomas and the Small Pea (Introduction)

  A - casa; B - estábulo. Esta história não é uma história qualquer. É a história de um menino chamado Tomás que tem 12 anos e como qualquer miúdo nesta idade faz viagens maravilhosas pelo seu imaginário. Ele é um sonhador. O Tomás tem 5 irmãos e 3 irmãs. O seu pai e a sua mãe trabalham muito para conseguir dar-lhes tudo o que precisam: roupa, comida, livros, ... . Eles trabalham no campo. Têm muitos animais e plantam muitos legumes, árvores e até mesmo flores. E para terem dinheiro vendem no mercado da cidade tudo o que produzem. E comem o que plantam para conseguirem juntar mais dinheiro no final do mês. A sua casa é pequena. Na imagem desenhei-a tal como ela é. A casa em si, que é onde eles vivem, tem a letra B e a divisão ao lado, com a letra A , é o estábulo, onde ficam os animais a dormir. Olá,  eu sou o Tomás. Mas ainda não tive tempo para vos contar como é o Tomás. O Tomás tem cabelos ruivos, olhos pretos e as bochechas bem vermelhinhas. E tal como todos os meninos

Palavras soltas (20/02/2014 Ilusão/ Ilusion)

Hoje as palavras soltas serão diferentes. Ou não. Serão meras palavras. Pequenas palavras. Para engrandecer a mensagem que quero partilhar. Ou melhor, hoje é para engrandecer as pessoas sobre as quais vos quero falar. As verdadeiras pessoas são aquelas que ainda conseguem olhar o mundo com olhos de ver. Mas um ver sem maldade, com uma ignorância saudável. Existem pessoas que conseguem conversar com a televisão. Quando está a decorrer um jogo de futebol que não está a correr nada bem, estas pessoas conseguem gritar: "-Chuta!; ou "-Corre!"; ou ainda "-Passa para aquele!". Já para não falar nos nomes que poderão começar a sair, nem sempre impróprios, descontroladamente. E depois existem algumas pessoas que quando estão a assistir à telenovela resolvem intervir: "-Não vês que aquela ali anda com o teu marido?!"; ou "-Não a ouças que ela está a mentir!"; ou ainda "-Eu era capaz de bater-te se estivesse aí!". Mas hoje alguém resolveu d

Palavras soltas (19/02/2014 Poema (II))

 E por pensar em sentir sinto a pensar que o meu coração faz sorrir o meu coração a chorar. Ana Reis     "And because I'm thinking about feeling I'm feeling thinking  that my heart makes smile my crying heart." Ana Reis

Palavras soltas (18/02/2014Pegadas/Footprints)

Hoje as palavras caem como gotas de chuva. Soltas. No sábado, quando demos por nós estavamos no local onde partilhamos as nossas primeiras conversas mais longas, com mais conteúdo. E ao relembrar todos aqueles bons momentos dei por mim a pensar em quantas histórias não terão passado por aquelas paredes. Quantas lágrimas e gargalhadas não terão sido derramadas naquelas mesas. E as conversas que aquelas cadeiras não devem ter para contar. Os segredos que foram confidenciados no embalo de um copo ou dois, às vezes mais! É engraçado como cada lugar tem uma conotação diferente para cada um de nós. Daquele lugar só guardo boas recordações mas certamente que, para algumas pessoas, é um antro de tristezas. Alguns namoros começaram ali mas, talvez outros tenham terminado. Quantos jantares de grupos de amigos devem ter terminado a subir aqueles degraus! E quantas discussões, de negócios ou não, devem ter sido impugnadas naquele balcão. Quantos sorrisos e abraços não terão sido trocados por ami

Palavras Soltas (15/02/2014 Rumba/Paso doble/Tango)

Hoje vou escrever algumas palavras soltas. Vou soltá-las para que cheguem até vós. São só algumas palavras. Ontem tive um experiência muito engraçada. Como sempre corremos como tolos para lá chegar. Não há um único dia que não seja repleto de stress. Já somos prós em correrias de última hora. Por incrível que pareça conseguimos chegar a tempo. E ainda bem! Fiquei mesmo aliviada quando vi que ainda estavam a iniciar. Olhei para os pés dos outros e era uma Rumba. Para mim era "ouro sobre azul"! Adoro! Bem, começamos com a cucaracha . Tudo soava tão perfeito! O movimento das ancas em 8 e as pernas bem esticadas caracterizam este passo. Havia um passo que nos soava a novo mas ao mesmo tempo tinha algo familiar. "Bachata!" E aí fez-se luz. Sim, era o passo como o que fazíamos na Bachata mas também já o havíamos aprendido na Rumba, embora com menos voltas. Os walks para a frente e para trás seguiram-se.  A volta da senhora de seis passos terminava a coreografia com um

Palavras Soltas (13/02/2014Preocupação/Worries)

Hoje não sei que palavras escrever. Não que esteja com a mente vazia delas, apenas não as consigo passar para esta página. Existem dias assim. É como dias bons e dias maus. Talvez este seja um dia mau para escrever palavras. Hoje de manhã foi ultrapassada uma das etapas difíceis desta fase cinzenta da minha vida. A manhã começou bastante cedo. Acordei às 6h30 e o dia estava ainda noite. Escuro. Não sei se seria do tempo, o qual tem estado chuvoso, ou se seria mesmo ainda noite. E não me preocupei com isso. Hoje o dia já trazia por si só demasiada preocupação. O tempo não iria, com toda a certeza, ser mais uma. Levantei-me com toda a pressa. Eu já sei a pressão que este dia exercia sobre ela. E já andava a pensar nisto há um mês. Todos andávamos a pensar neste dia. E ele chegou. E chegou mais rápido do que o que era suposto. O tempo voa mesmo! Todos tomámos o pequeno-almoço, excepto ela. Não podia comer. Tinha que estar com um jejum de 6 horas, no mínimo. E cumpriu. Partimos na nossa

Palavras soltas (12/02/2014Palavras voláteis)

Hoje vou escrever algumas palavras soltas. Palavras que falam por si. Soltas porque não têm cordéis a prendê-las, tal qual marioneta. Às vezes voam. Voam como se quisessem fugir da folha de papel ou do computador. E fogem. Muitas vezes tento amarrá-las. E amarro-as. As palavras também precisam de voar. Voam de boca em boca. Voam de geração em geração. As palavras são libertinas. Algumas mais do que outras. Quando mostram-se tímidas organizam-se e compõem um turbilhão de palavras. Um furacão delas. E todas misturam-se quase formando uma palavra só. Mas também é preciso prendê-las. Prendê-las para que possam soltar-se. Um livro é um conjunto de palavras que voam. E que belo vôo esse! Voam e colam-se na primeira mente preparada para as receber. E ficam presas. O intelecto fica preenchido com esta riqueza de palavras.  E elas gostam de voar assim. Gostam de tamanha licenciosidade. Mas é uma licensiosidade infantil. Voar de mente em mente. Sem qualquer maldade. Sem nunca ter um dono mas