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A mostrar mensagens de junho, 2014

Palavras soltas (30/06/2014 - Campismo/Camping)

Fotografia: Ana Reis; Desenho de Catarina quando tinha 5-6 anos.   https://www.youtube.com/watch?v=UGhmvNGFENE As palavras soltas de hoje encontram-se cansadas. Mas é um cansaço bom. Hoje, enquanto estava a praticar o meu momento Kum Nye, lembrei-me de uma coisa que adorava fazer quando era criança. É engraçado como essa recordação continua a conseguir fazer-me sorrir. É engraçado e é bom. Quando era pequena tinha uma adoração especial por inventar histórias para brincar. E uma dessas muitas histórias envolvia, apenas, duas cadeiras e um cobertor ou uma manta. Ah, e muita imaginação pelo meio! Algumas vezes cheguei a ter um colchão de campismo e sacos-cama. Eu adorava fazer acampamentos dentro de casa! Como já disse, com duas cadeiras e um cobertor ou manta disponíveis, tinha a desculpa perfeita para montar a minha tenda de campismo. Depois levava tudo e mais alguma coisa lá para dentro e arranjava uma companhia, às vezes, forçada, para partilhar aquela aventura comigo. E, dep

Palavras soltas (26/06/2014 - Silêncio/Silence)

  Fotografia por Ana Reis (Museu de Serralves) https://www.youtube.com/watch?v=KJfXCa3W8rI As palavras soltas de hoje continuam adoentadas. Mas tudo passa. Tudo passa. Hoje estou mergulhada no silêncio das palavras. No silêncio das palavras que fui colhendo ao longo do caminho. E, por mais estranho que pareça, sinto-me a renascer. Sinto-me a renascer das palavras que abraçam e preenchem, hoje, o meu silêncio. Abraço cada uma delas com a mesma força que elas me abraçam mim. Abraçam-me e preenchem-me. E que melodia elas são para o meu coração. E que prodígio este. Não me apetece sair daqui sem ti. Sem a tua mão. Abraças o meu coração a cada gesto, a cada palavra, a cada sorriso, a cada movimento na minha direção. Não te afastes. Não leves contigo o calor destas palavras. Deixa-te ficar mais um pouco se o pouco tempo que  te resta te impede de ficar eternamente. Acredita que aqui há mais espaço do que aquele que, na realidade, parece existir. Abraça-me baixinho para que ninguém

Palavras soltas (25/06/2014 - Furacão/ Hurricane)

Fotografia por Ana Reis (Túnel) https://www.youtube.com/watch?v=3RLwuDQSkDI As palavras soltas de hoje estão constipadas. Estão num dia daqueles em que só apetece ter a cabeça pousada num ombro qualquer, num encosto esquecido, numa almofada de penas, num canto qualquer. Mas mesmo constipadas as palavras soltas querem continuar a fazer-vos viajar. E existirá melhor maneira de viajar que não seja a sentir? Conseguir sentir tudo com muita intensidade, de todas as formas possíveis e imaginárias. Conseguir sentir de tal forma que ou nos deixa extremamente felizes ou nos deixa extremamente derrotados. Ou nos faz sentir extremamente vivos ou nos faz cair na penumbra da morte e do esquecimento. Porque se não sentirmos as coisas, a vida, desta forma não vale a pena viver. Toda a realidade é excessivamente excessiva. Toda a realidade é uma alucinação excessivamente nítida. E todos vivemo-la. E todos vivemo-la como se fosse o centro para onde tendem todas estas estranhas e desconhecidas

Palavras soltas (21/06/2014 - Carrinho de bois/Oxcart)

Fotografia por mim (vista da minha janela) https://www.youtube.com/watch?v=1m_sWJQm2fs&list=RD1m_sWJQm2fs#t=0 https://www.youtube.com/watch?v=mug65w5AgMg&index=2&list=RD1m_sWJQm2fs   As palavras soltas de hoje estão mais animadas um pouco. Sim, estão mais animadas. Não podem estar todos os dias desanimadas. Temos que ir mudando a vontade conforme o tempo que faz lá fora. E também ele é muito inconstante. Por vezes, até em demasia. Inconstante sou eu como o tempo. Deste vale até à serra que durante todos estes anos nos acompanha existe um rio, um riacho, que alimenta  e faz crescer todas as verduras que da minha janela, hoje, consigo ver. E os cheiros que dela nascem? E os cheiros que ela consegue produzir? Sabeis que sois já parte de mim? Já não sei o que seria do meu ser, da minha alma, se tu alguma vez deixasses de existir. A paisagem deixaria de ser a mesma, a minha janela já não abriria tantas vezes mas, mesmo que abrisse, deixaria de ser como é agora. Eu pod

Palavras soltas (20/06/2014 - Livros/Books)

Fotografia por mim (saia de bailarina (TUTU)) https://www.youtube.com/watch?v=dfRtPbBFoGg&list=RDjzF_y039slk&index=5 https://www.youtube.com/watch?v=lUjWJSnGVB0&list=RDjzF_y039slk&index=6   As palavras soltas de hoje estão frustradas. Sabem quando sabemos que conseguimos mais e o nosso nervosismo/cansaço nos faz mostrar exatamente o contrário? Sinto-me assim. Sinto-me como se o silêncio das almas, de todas as almas tímidas e afáveis, de repente tivesse sido rompido na minha mente. E agora pouco se diz e muito se lamenta. Mas só o facto de se lamentar já produz um intenso e tamanho ruído que a minha alma consegue desassossegar o meu corpo. Talvez a calma não seja calma e seja ares do cansaço de remar contra a corrente neste mar sem fim à vista ou do sofrimento de quem está prestes a desistir e a deixar-se afogar pela própria agitação marítima. E é assim que acabamos por ver diluída a nossa alegria, a nossa fala mais ou menos adocicada vai dando um ar mais arra

Palavras soltas (17/06/2014 - Barquinho de papel/ Paper boat)

Fotografia: Ana Reis https://www.youtube.com/watch?v=QgaTQ5-XfMM&index=3&list=RD8P9hAN-teOU As palavras soltas de hoje estão revigoradas. Já conseguiram recarregar energias! Yupi! E precisavam mesmo de recarregá-las. Hoje tenho um convite para vos fazer. Convido-vos a embarcarem comigo neste meu barquinho de papel para vos levar a fazerem a viagem da vossa vida. Não sou eu quem decide o destino. Não sou em quem direciona o leme. Somos todos. O meu barquinho de papel é feito de restos de papel que fui encontrando pelo caminho. Colei-os muito bem para que não haja nenhuma inundação. Não havemos nunca de nos afundar. Nunca! Pintei as suas velas com cores muito fortes. Com todas as cores que existem no mundo e mais algumas. Com mais aquelas que só nós sabemos. Assim em dias de tempestade, quando nos sentirmos mais perdidos, basta olharmos para as velas no barquinho e sentir-nos-emos logo revigorados. Todos nós somos capitão neste meu barquinho. O meu barquinho de papel tem

Palavras soltas (16/06/2014 - Morte/Death)

Fotografia: Ana Reis; Local: Comboio - Ermesinde/Valongo https://www.youtube.com/watch?v=yeIczLYsII4 As palavras soltas de hoje estão perdidas. Completamente perdidas no tempo e no espaço. Todos nós temos dias assim. Uns dias melhores... outros menos bons. Lembremo-nos de uma coisa muito importante. Quando nós estamos em baixo existe sempre alguém em cima. Quando nós estamos mal existe sempre alguém bem. E eu fico feliz por essas pessoas. Fico feliz porque ninguém tem culpa. Nos dias em que me sinto ótima também existem pessoas mal e, no entanto, algumas delas, não me desejam mal nenhum. Algumas delas, talvez sejam todas, nem sabem que eu existo. Nós assombramos a morte. A morte também tem as suas assombrações. Nós estamos constantemente, diariamente, a incomodá-la. Chego a ter pena dela. Podem chamar-me de doida. E até podem dizer-me que ela não tem pena de mim. Que ela não tem pena de ninguém. Mas acredito que sim. Acredito que ela até tem sentimentos. Que, por vezes, nã

Palavras soltas (13/06/2014 - Janelas/Window)

https://www.youtube.com/watch?v=Cgovv8jWETM As palavras soltas de hoje estão sonolentas. Tal como o poeta um dia disse: "...tenho em mim todos os sonhos do mundo." A janela do meu quarto é uma porta aberta para esses meus sonhos. Dela consigo ver o que mais ninguém vê. E nela mais ninguém me vê. É só mais uma dos milhões de janelas dispersas por todo o mundo. Algumas com portadas, outras com cortinas, outras com estores, outras, ainda, sem vidros, ... E algumas existem sem portadas, cortinas, estores, vidros, ..., e sem paredes. Mesmo que alguém no mundo soubesse da existência da minha janela, da minha existência, o que saberia da minha janela e de mim essa pessoa? Também passam por ela algumas pessoas por dia e nenhuma delas sabe muito mais sobre a minha janela ou sobre mim. A minha janela, tal como as vossas, encontra-se inacessível a pensamentos alheios. Não será um pensamento qualquer que consegue chegar até ela. E quando digo chegar não me refiro ao ato de tocar