Avançar para o conteúdo principal

Palavras soltas (The way I love you/ A minha forma de amar-te)




As palavras soltas de hoje falam sobre como eu te amo. Amo-te. Amo-te todos os dias como o padeiro entrega o pão fresco todas as manhãs de porta em porta. Amo-te sempre. Amo-te com um pouco de mar e de terra. Com um pouco de barco à vela e de vento. Amo-te com o desespero de ter tempo. Amo-te com o desespero de ser tempo e não poder ser. Amo-te com um pouco de lua e de sol. Amo-te como se ama o tempo que partilhamos juntos. E mereces cada minuto das minhas palavras. E mereces cada minuto da minha vida. Olho a tua fotografia. Tu mereces cada minuto que fico a admirá-la. Este mesmo minuto em que o peixeiro buzina para alertar a sua chegada. Este mesmo minuto em que as pessoas cruzam olhares na rua. Este romance diário que habita nos teus olhos. E tu mereces cada pedaço de mim. Tu mereces cada pedaço do meu corpo que se vai despedaçando de saudade. Mereces toda a água e ternura, todas as células e memórias, tudo aquilo que habita em mim. Amo-te como se os teus olhos fossem água. Amo-te como se pudesse mergulhar no teu olhar e não mais voltar. Os teus cabelos cheiram a infância e a primavera. Nem as regras de trânsito, a fome pública, a impureza de mentalidades, os dias sujos, estragarão o cheiro do teu cabelo. E mereces estas palavras. Cada palavra. Todas as palavras. Mereces como se tivessem sido esculpidas com rigor só para ti. Como se fossem directamente dos meus lábios para os teus. Bem, mas estas já são outras palavras soltas. Ana Reis


Today my words talk about the way I love you. I love you. I love you every day like the baker delivers every morning fresh bread. I love you forever and ever. I love you with a piece of sea and land. With a piece of a sail boat and wind. I love you with the desperation to have time. I love you with the desperation of being time and not being able to be. I love you with a pice of moon and sun. I love you like we really love to have time to each other. And you deserve every minute of my words. And you deserve every minute of my life. I look at your picture. You deserve every minute that I spend admiring your photograph. This same minute as the fishmonger buzzes to alert his arrival. This same minute as people stare at each other on the street. This daily romance that lives in your eyes. And you deserve every single piece of me. You deserve every single piece of my body that is falling apart because it's missing you. You deserve all the water and tenderness, all the cells and memories, everything that lives in me. I love you as if your eyes were water. I love you as if I could plunge into your eyes and never come back. Your hair smells as childhood and spring. Neither the traffic rules, the public hunger, the impure mentalities, the dirty days, will spoil the smell of your hair. And you deserve these words. Every single word. You desserve it as if it had been carved with rigor just for you. As if my words just go straight from my lips into yours. Well, but these are already another kind of words. Ana Reis

Comentários

Mensagens populares deste blogue

A Velha que vivia num sapato (Versão portuguesa (portuguese version))

Era uma vez... (ou podiam ser duas ou três) Uma velha que vivia dentro de um sapato. Mas não era um sapato qualquer! Era uma bota com alguns remendos a descoser. A morada dela era como que encantada e bela. Nas cartas que costumava escrever podia ler-se: Rua Sapato-bota, número quarenta e meio, Uma velha ao vosso serviço sem medo do alheio. Quando a primavera se lembrava de aparecer todos paravam para ver O jardim maravilhoso que aquela bota tinha. Tinha árvores e flores sem fim, E cheiros maravilhosos que se espalhavam por todo o jardim! O portão era pequeno e engraçado e estava um pouco enferrujado. O seu ferro foi envelhecendo com o passar do tempo. E sempre que o abriam era possível saber Quem lá entrava pelo barulho que ele costumava fazer. E o seu telhado era um pouco inclinado. As suas paredes já estavam um pouco gastas do tempo. E a porta estava sempre aberta para quem quisesse lá entrar. E muitos eram os que queriam a velha visitar! No seu...

Palavras Soltas (01/04/2014 Dinâmica de grupo: O Abrigo Subterrâneo)

As palavras soltas de hoje vão falar de memórias. Hoje estive a arrumar o meu sótão, em todos os sentidos, e consegui encontrar as coisas mais maravilhosas por lá perdidas e, algumas, esquecidas. Vou tentar partilhar convosco algumas delas ao longo do tempo, pelo menos as mais relevantes e, de certa forma, engraçadas. A memória de hoje vai para o meu último ano de Licenciatura. Tinha uma disciplina com o nome Dinâmica de Grupos que era bastante interessante por interagíamos muito uns com os outros e tentávamos funcionar como um grupo. Acho que foi um bom trabalho para aprendermos a trabalhar em equipa. Se bem que na prática as coisas não são tal e qual a teoria. Um dos desafios que nos foram lançados ao longo do semestre foi a dinâmica: O Abrigo Subterrâneo. E vou lançar-vos o desafio também. "Imaginem que uma cidade no mundo está sob ameaça de ser bombardeada. Aproxima-se um homem de nós e solicita-nos que tomemos uma decisão imediata. Existe um abrigo subterrâneo que só pode...

Regressos / Returns

  As palavras soltas de hoje falam sobre regressos. Já há muito tempo que não as escrevo. E tanto tempo há que vocês não as leem. Por isso, hoje, resolvi escrevê-las. Estas pequenas palavras. Livres. Soltas. Tal como sempre vos habituei. E regressar traz sempre um sentimento agridoce. Tanto de excitação como de medo. As palavras soltas têm destas coisas. Sempre que escrevo deixo que seja o meu cérebro a comandar as minhas palavras. Ou serão as minhas palavras que controlam o cérebro?! Lidar com os pensamento enquanto escrevo é obrigatório. Não tenho escapatória possível. E, assim, regresso. Regresso ao meu mundo. Aquele mundo onde escrevo e desenho. Alio duas áreas da criatividade que sempre amei. E não me importo de viver aqui. Neste meu mundo de criatividade. Sinto-me abraçada sempre que o faço. Escrever. Desenhar. E regressar. Bem-vindas queridas palavras soltas! Que este seja um regresso para ficar. Bem, mas estas já são outras palavras soltas. Today's words will talk about ret...