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Palavras soltas (Castles in the air/Sonhar acordada)



As palavras soltas de hoje falam sobre sonhar acordada. Todos os dias olho para mim. Todos os dias preocupo-me comigo e tento ver se algo em mim está diferente. Nada. Tudo igual. Os mesmos caracóis nos cabelos. O mesmo olhar. O mesmo sorriso nos lábios. As mesmas bochechas rechonchudas. E se está tudo igual é porque a noite foi a mesma que há alguns dias atrás. Foram os mesmos sonhos. Foram as mesmas horas de sono mal dormidas. Insónias. E é nestas insónias que eu deito-me no chão do meu quarto e fico a olhar o tecto e a pensar. Fecho os olhos. Sonho acordada. Digo o teu nome. Chamo por ti. Dançamos os dois no escuro do meu quarto. Fico presa para sempre nos teus braços. Fico presa para sempre no teu abraço. Trocamos sorrisos. A dança faz-me sempre sorrir. Agarro a tua mão. Sei que já não vais fugir mais de mim. Sei que nunca mais vais fugir de mim. E, neste doce embalar, volto para a cama de olhos fechados só para não ter que acordar. Só para não te perder outra vez no escuro. Apenas a luz da manhã tem o poder de me acordar e de fazer desaparecer todas as imagens que fui coleccionando de ti. E o dia passa na ânsia de voltar a encontrar-te. Na ânsia de voltar a sonhar acordada. Bem, mas estas já são outras palavras soltas. Ana Reis


Today my words talk about building castles in the air. Every day I look at me. Every day I'm worryied about myself and tI ry to see if something in me is different. Anything. Everything is exactly the same. The same snails in the hair. The same look in my eyes. The same smile on my lips. The same chubby cheeks. And if everything is the same it's because the night was the same as a few days ago. It was the same dreams. It was the same sleepy hours. Insomnia. And it's in these sleeplessness moments that I lie down on the floor of my room and look at the ceiling and think. I close my eyes. And I start building castles in the sand. I say your name. I call for you. We danced together in the dark of my room. I'm trapped forever in your arms. I'm trapped forever in your embrace. We exchange smiles. And you know how dance always makes me smile. I hold your hand. I know you're not going anywhere anymore. I know you'll never run away from me again. And in this sweet cradle, I go back to bed with my eyes closed so I don't wake up. So I don't lose you again in the dark. Only the morning light has the power to wake me up and make disappear all the images that I have collected from you. And the day passes in the eagerness to meet you again. In the eagerness to go back to build more casles in the sand. Well,  but these are already another kind of words. Ana Reis

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