Avançar para o conteúdo principal

Palavras soltas - Tears/Lágrimas




As palavras soltas de hoje falam sobre lágrimas. E que belos são os olhos marejados. Molhados de lágrimas. E toda a nossa alma e vastidão do espaço resume-se a uma lágrima. É como se se fundissem. É como se se beijassem. Realizam. Correm as lágrimas translúcidas, lúcidas de que têm os olhos brilhantes, claros, doces, profundos, de chorar.  Almas que brotam em flôr. Almas de amor sem voz que diz tudo. Deslumbradas de céu e mar e terra. Mais de mar do que de céu ou de terra. Olhos que, num gesto mudo, choram. E não fosse o pranto um idioma, uma forma de falar. Cada lágrima que corre pela face escreve uma frase. Reúne todas as palavras ditas de um sentimento calado. E quem mais amamos é quem mais magoamos. Será porque queremos que sejam perfeitas e esquecemo-nos que são apenas seres humanos?! Não há amores esquecidos. Lágrimas não são borracha ou corrector. Lágrimas não apagam nem acentuam. Lágrimas são palavras que ficaram por dizer. Não por esquecimento, não por falta de palavras. Lágrimas são palavras que ficaram guardadas. Lágrimas são segredos. Segredos que fazem conseguir falar de amores e pessoas sem chorar. As lágrimas não magoam. As lágrimas não doem. Os motivos pelos quais elas caem é que doem. Bem, mas estas já são outras palavras soltas. Ana Reis



Today my words talk about tears. And how pretty are the watery eyes. Wet by the tears. And our whole soul and vastness of space boils down to a tear. It's as if they melted. It's like they kissed each other. And they do. The translucent tears flow from those bright and clear and sweet and deep eyes. They know well that it's because of crying. Souls that sprout in flower. Souls of love without a voice can tell everything without saying a single word. Dazzled of sky and sea and land. More of sea than of sky or earth. Eyes that, in a mute gesture, cry. And crying is a language, a way of speaking. Every tear that runs across the face writes a sentence. It brings together all the words spoken by a silent feeling. And who we love the most is who we hurt the most. Is it because we want them to be perfect and just forget that they are just human beings ?! There are no forgotten loves. Tears are not rubber or concealer. Tears neither erase nor accentuate. Tears are words that remain unsaid. Neither because words have been forgotten, not because we're out of words. Tears are words that have been kept. Tears are secrets. Secrets that make you talk about love and people without crying. Tears don't hurt. Tears don't make us feel pain. The reason  why they're falling is what hurts. Well, but these are already another kind of words. Ana Reis

Comentários

Mensagens populares deste blogue

A Velha que vivia num sapato (Versão portuguesa (portuguese version))

Era uma vez... (ou podiam ser duas ou três) Uma velha que vivia dentro de um sapato. Mas não era um sapato qualquer! Era uma bota com alguns remendos a descoser. A morada dela era como que encantada e bela. Nas cartas que costumava escrever podia ler-se: Rua Sapato-bota, número quarenta e meio, Uma velha ao vosso serviço sem medo do alheio. Quando a primavera se lembrava de aparecer todos paravam para ver O jardim maravilhoso que aquela bota tinha. Tinha árvores e flores sem fim, E cheiros maravilhosos que se espalhavam por todo o jardim! O portão era pequeno e engraçado e estava um pouco enferrujado. O seu ferro foi envelhecendo com o passar do tempo. E sempre que o abriam era possível saber Quem lá entrava pelo barulho que ele costumava fazer. E o seu telhado era um pouco inclinado. As suas paredes já estavam um pouco gastas do tempo. E a porta estava sempre aberta para quem quisesse lá entrar. E muitos eram os que queriam a velha visitar! No seu...

Palavras Soltas (01/04/2014 Dinâmica de grupo: O Abrigo Subterrâneo)

As palavras soltas de hoje vão falar de memórias. Hoje estive a arrumar o meu sótão, em todos os sentidos, e consegui encontrar as coisas mais maravilhosas por lá perdidas e, algumas, esquecidas. Vou tentar partilhar convosco algumas delas ao longo do tempo, pelo menos as mais relevantes e, de certa forma, engraçadas. A memória de hoje vai para o meu último ano de Licenciatura. Tinha uma disciplina com o nome Dinâmica de Grupos que era bastante interessante por interagíamos muito uns com os outros e tentávamos funcionar como um grupo. Acho que foi um bom trabalho para aprendermos a trabalhar em equipa. Se bem que na prática as coisas não são tal e qual a teoria. Um dos desafios que nos foram lançados ao longo do semestre foi a dinâmica: O Abrigo Subterrâneo. E vou lançar-vos o desafio também. "Imaginem que uma cidade no mundo está sob ameaça de ser bombardeada. Aproxima-se um homem de nós e solicita-nos que tomemos uma decisão imediata. Existe um abrigo subterrâneo que só pode...

Regressos / Returns

  As palavras soltas de hoje falam sobre regressos. Já há muito tempo que não as escrevo. E tanto tempo há que vocês não as leem. Por isso, hoje, resolvi escrevê-las. Estas pequenas palavras. Livres. Soltas. Tal como sempre vos habituei. E regressar traz sempre um sentimento agridoce. Tanto de excitação como de medo. As palavras soltas têm destas coisas. Sempre que escrevo deixo que seja o meu cérebro a comandar as minhas palavras. Ou serão as minhas palavras que controlam o cérebro?! Lidar com os pensamento enquanto escrevo é obrigatório. Não tenho escapatória possível. E, assim, regresso. Regresso ao meu mundo. Aquele mundo onde escrevo e desenho. Alio duas áreas da criatividade que sempre amei. E não me importo de viver aqui. Neste meu mundo de criatividade. Sinto-me abraçada sempre que o faço. Escrever. Desenhar. E regressar. Bem-vindas queridas palavras soltas! Que este seja um regresso para ficar. Bem, mas estas já são outras palavras soltas. Today's words will talk about ret...