As palavras soltas de hoje continuam saudosas. A sonolência já acalmou mas as saudades continuam bem agarradas ao meu coração porque eu amo tudo o que passou. Tudo o que faz parte do meu passado. Tudo o que me faz sentir amor em vez de dor. Mas mesmo a dor já não me dói. Depois de doer muito tempo o corpo habitua-se e esta passa a fazer parte do meu eu, do meu ser. E, então, deixa de doer. Sou eu, fui eu, eu mesmo, tal qual como me fizeram nascer e ser. De emoções explosivas e irregulares. De emoções sinceras e verdadeiras. Sou eu. Esta que aqui estou sou eu. Sou a que já não sou, a que deixei de ser. O que fui, ou o que não fui, tudo o que fui e não fui, sou-o hoje. Quanto quis ser, ou quanto não quis ser, tudo é, agora, em mim o que aqui sou. Sou eu. Se amei, ou quanto amei, se não amei, ou quanto não amei, é tudo agora saudade em mim. O amor dos meus entes queridos e que já partiram. Partiram e não partiram. E, talvesz, por não terem partido totalmente me deixam com esta saudade. E, por isso, rego as plantas do meu jardim, cuido delas. O resto é apenas sombra, sombra de árvores que não são minhas, de árvores desconhecidas. Saudades! Sim tenho-as. Talvez as tenha... E porque não tê-las? Se tudo o que vivi foi tão bom e intenso. Não fosse eu tê-lo imaginado assim até à morte, a tristeza, hoje, nunca teria lugar em mim. Poderia até tentar esquecer. Esquecer? Para quê? Como tudo isso é vão! Não tem importância. Que a beleza do meu passado se reflita no meu presente de forma a enchê-lo de alegria. É como se fosse uma dádiva. Se nos foi dado porque não disfrutar dele? E disfruto. E que por muitos e longos anos seja assim. Não a dor que hoje sinto mas as saudades que sinto do passado que enche de alegria o meu presente. E que quanto menos eu queira recordá-lo, mais a saudade me bata à porta e se prenda a mim! Só assim terei a certeza de que nunca irei esquecê-lo. Fazes parte da minha vida e a minha vida já faz parte de ti. Mas isso já são outras palavras soltas. Ana Reis
The words of today still cherished. Drowsiness has calmed but I'm still missing my past that has hooked to my heart because I love everything that has happened. I love all that is part of my past. I love everything that makes me feel love instead of pain. But even the pain doesn't hurt me anymore. After a long feeling of pain the body gets used to it and this becomes part of myself, of my being. And then it stops hurting. I am, ... I was, ... myself, ... exactly as I was made and born. With explosive and erratic emotions. With sincere and true emotions. I am. This is me right here. I am who I am no longer, who stopped being. What I was, or what I wasn't, everything that I was and wasn't, I am it all today. As I would like to be or I wouldn't, everything is now in me who I am here. I am. If I loved, or houw much I loved, if I didn't love, or how much I didn't love, actually it is all longing on me. And so, I'm watering the plants in my garden, and take care of them. The rest is just shadow, shade trees that are not mine, of unknown trees. I miss you! Yes I have it. Maybe I have it... And why I shouldn't have it? If everything I experienced was so good and intense. I have imagined it like this to death, all the sadness, today, would never have place in me. I might even try to forget it. Forget? For what? How this is all vain! It doesn't matter. The beauty of my past is reflected in my present in order to fill it with joy. It's like a gift. If it was given why I can't enjoy it!? And thoroughly enjoy it. And that for many years I could enjoy it. It's not the pain that I feel today but hat I feel it's the longing from the past that brings joy to my present. And the less I want to remember it, the more the nostalgia knocks at my door and arrests itself to me! Only then I will have the certainty that I will never forget it. You're part of my life and my life is already part of you. But it is already another kind of words. Ana Reis
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