As palavras soltas de hoje querem falar-vos de experiências. Mas não são umas experiências quaisquer! São as experiências vividas. Talvez a palavra mais correta seja vivências. Sim. As palavras soltas de hoje vão falar sobre vivências. No outro dia fui com a minha mãe à Santa Casa da Misericórdia da Maia. No dia anterior tínhamos estado a ver qual seria o caminho mais próximo para não nos perdermos pelos caminhos da Maia. E quantas menos voltinhas tivermos que dar melhor! E o caminho não podia ser mais certeiro do que aquele que eu segui. E chegámos ao nosso destino mais cedo do que aquilo que estava previsto. Ainda bem. Não tínhamos bem a certeza de onde se situava a Santa Casa da Misericórdia da Maia. Precisávamos de algum tempo para procurar com calma. Mas, tal como não podia deixar de ser, no dia anterior, além do caminho mais próximo, resolvi procurar pontos de referência para o edifício a encontrar. E valeu a pena este meu perfecionismo. Estacionamos próximo da repartição de Finanças da Maia. Como demos umas voltas para arranjar estacionamento, o meu sentido de desorientação começou a ficar perdido. Desorientou-se mesmo! Mas encontramos uma senhora apressada a quem perguntamos onde ficava a Santa Casa da Misericórdia. A senhora olhou para nós, olgou em volta. Só depois de pensar algum tempo é que respondeu que não sabia mesmo onde ficava. Que desconhecia tal edifício na cidade. Ok. "Mas olhe, pergunte ali ao senhor que está no centro comercial porque ele é porteiro e de certeza que sabe dizer-lhe onde fica isso." E nós subimos as escadas e perguntamos ao senhor segurança se sabia onde ficava a Santa Casa da Misericórdia. O senhor olhou para o outro senhor que estava à conversa com ele. Olhou rua acima e rua abaixo. E depois de pensar respondeu que não sabia onde ficava isso. "Tem a certeza de que isso fica aqui na Maia? Só se ficar lá para perto da Câmara." Encaminhou-nos pelo meio do dito Centro Comercial e, quando nos ia indicar o caminho até à Câmara eu lembrei-me de ter visto que ficava junto ao viaduto por cima da auto-estrada. Depois disto ele apontou no sentido inverso ao da Câmara. E foi, então, que vimos a placa luminosa com Santa Casa da Misericórdia da Maia escrito em letras bem gorduchas.Quando estávamos já de regresso ao carro, reparamos que o nosso ticket de estacionamento ainda dava para mais umas 2 horas. Quem me manda a mim ser tão exageradamente prevenida e tirar um ticket com 3 horas. Mas eu não sabia o tempo que iríamos demorar e, além do mais, detesto ter que andar com a preocupação dos parquímetros. A minha mãe olhou para uma senhora, a qual estava a acabar de estacionar o seu carro mais adiante, e disse-me que lhe ia dar o nosso ticket. Eu disse-lhe tudo bem. E ela foi entregá-lo à senhora que ia para a repartição das Finanças. Este gesto dela deixou-me a pensar nas múltiplas vezes que ficamos com um ticket ainda com tempo disponível e, ou por falta de tempo, ou por falta de lembrança, ou por falta de sensibilidade, ou porque sim, nos esquecemos dos outros nestes momentos. Não podemos estar à espera que façam por nós. Alguém tem que dar o primeiro passo. Porque se assim não for estaremos todos eternamente à espera uns dos outros. Mas isso já são outras palavras soltas. Ana Reis
The words of today want to speak about experiences. But they're not any kind of experimences! I will talk about the lived experiences. Yes. On the other day I went with my mother to the Holy House of Mercy of Maia. In the previous day we had seen what would be the closest way to get there so I won't get lost in the paths of Maia. And the path couldn't be more accurate than the one I follow. And we arrived at our destination earlier than what was planned. Great! We hadn't quite sure where the Holy House of Mercy of Maia were. We needed some time to look calmly. But in the previous day, apart from the nearest
road, I decided to look for landmarks so we can find the building easily. Sometimes I really love my perfectionism. We parked near the division of the Finance of Maia. As we drive around to find parking, my sense of orientation began to get lost. My sense of orientation disoriented itself! But we found a hurried lady who we asked where was the Holy House of Mercy of Maia. The lady looked at us, then looked around. Only after thinking a while she replied that she didn't know where it was. Se unaware such a building in the city. Okay. "But look, ask the mister that is in the shopping center because he
is a concierge and sure he can tell you where that is." And we went upstairs and asked him if he knew where the Holy House of Mercy were. He looked at the other man, who was talking with him. He looked up the street and down the street. And after thinking he replied that he didn't know where it was. "Are you sure it is here in Maia? Only if it is there closed to the city council." He
walked us through the mall and, when he was almost pointing the way to
the city council, I remembered that in the day before I saw that it stood next to the viaduct over the
motorway. After this he pointed in the opposite direction of the city counil. Andthere it was. We saw the lighted sign with Holy House of Mercy of Maia
written with bold letters. When we were already back to the car,
we noticed that our parking ticket still had more 2 hours of payed parking. Who sends to me to be so unreasonably prevented and take a ticket with 3 hours of payed parking?! But I didn't know how long it would take and I hate having to walk with the concern of paying the parking meters. My mother looked at a lady, who was finishing to park its car further, and told me she was going to give her our ticket. I told her okay. And so she was handing it to the lady who went to the division of Finance. This
gesture got me thinking about the many times that we get a ticket
even with available time and, or because of a lack of time, or because of a lack of memory, or because of a
lack of sensitivity, or because yes, we just forget the others at these moments. We can't expect for someone to do it for us. Someone has to take the first step. Because if no one does we will all be waiting forever to each other. But it is already another kind of words. Ana Reis
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