Avançar para o conteúdo principal

Palavras soltas (Small People (II Part)/ Gente pequena (Parte 2)



As palavras soltas de hoje voltam a falar de gente pequena. E eu gosto de gente pequena. Porque pintam e desenham sem usarem lápis ou caneta. Pintam e desenham com os dedos num vidro turbo da sua respiração. Gosto de gente pequena porque largam gargalhadas quando menos esperamos e nos fazem sorrir. Gente pequena. Gosto de gente pequena porque dão abraços que abraçam o coração. Gente pequena que me agarra a mão sempre que precisam de sentir segurança. Gosto de gente pequena porque os seus beijos, sejam repenicados ou molhados, nunca descolam da nossa face. Gente pequena com sorrisos gigantes, independentemente de terem ou não a dentição completa. Gosto de gente pequena que inventa palavras novas. Palavras novas que ganham vida nas suas pequenas bocas. Gosto de gente pequena que atira beijos com a mão. E são beijos que atingem longas distâncias e atravessam qualquer barreira geográfica ou física. E fazem crescer sorrisos e calor no coração de quem os recebe. Gosto de dormitar no colo de gente pequena e sentir a sua pequena mão a fazer-me festas, ou penteados, no meu cabelo. Adormeço. Gente pequena consegue embalar o meu coração. Bem, mas estas já são outras palavras soltas. Ana Reis



Today my words speak again about small people. And I like small people. Because they paint and draw without using a pencil or pen. They paint and draw with their fingers on a foggy glass. I like small people because they laugh when we aren't expecting it and they make us smile. Small people. I like small people because they give hugs that embrace our heart. Small people who hold my hand every time they need to feel safe. I like small people for their own kisses, either peaked or wet, we never take them off from our face. Small people with giant smiles, whether or not they have a complete dentition. I like small people because they have the hability to create new words. New words that come to life in their little mouths. Newborn words. I like small people because they throw kisses with their hand. And these kisses can reach long distances and cross any geographical or physical barrier. And those who have received it have their heart warmth. I like to sleep on the lap of small people and feel their big hand touching or brushing my hair. I fall asleep. Small people can lullaby my heart. Well, but these are already another kind of words. Ana Reis

Comentários

Mensagens populares deste blogue

A Velha que vivia num sapato (Versão portuguesa (portuguese version))

Era uma vez... (ou podiam ser duas ou três) Uma velha que vivia dentro de um sapato. Mas não era um sapato qualquer! Era uma bota com alguns remendos a descoser. A morada dela era como que encantada e bela. Nas cartas que costumava escrever podia ler-se: Rua Sapato-bota, número quarenta e meio, Uma velha ao vosso serviço sem medo do alheio. Quando a primavera se lembrava de aparecer todos paravam para ver O jardim maravilhoso que aquela bota tinha. Tinha árvores e flores sem fim, E cheiros maravilhosos que se espalhavam por todo o jardim! O portão era pequeno e engraçado e estava um pouco enferrujado. O seu ferro foi envelhecendo com o passar do tempo. E sempre que o abriam era possível saber Quem lá entrava pelo barulho que ele costumava fazer. E o seu telhado era um pouco inclinado. As suas paredes já estavam um pouco gastas do tempo. E a porta estava sempre aberta para quem quisesse lá entrar. E muitos eram os que queriam a velha visitar! No seu...

Palavras Soltas (01/04/2014 Dinâmica de grupo: O Abrigo Subterrâneo)

As palavras soltas de hoje vão falar de memórias. Hoje estive a arrumar o meu sótão, em todos os sentidos, e consegui encontrar as coisas mais maravilhosas por lá perdidas e, algumas, esquecidas. Vou tentar partilhar convosco algumas delas ao longo do tempo, pelo menos as mais relevantes e, de certa forma, engraçadas. A memória de hoje vai para o meu último ano de Licenciatura. Tinha uma disciplina com o nome Dinâmica de Grupos que era bastante interessante por interagíamos muito uns com os outros e tentávamos funcionar como um grupo. Acho que foi um bom trabalho para aprendermos a trabalhar em equipa. Se bem que na prática as coisas não são tal e qual a teoria. Um dos desafios que nos foram lançados ao longo do semestre foi a dinâmica: O Abrigo Subterrâneo. E vou lançar-vos o desafio também. "Imaginem que uma cidade no mundo está sob ameaça de ser bombardeada. Aproxima-se um homem de nós e solicita-nos que tomemos uma decisão imediata. Existe um abrigo subterrâneo que só pode...

Regressos / Returns

  As palavras soltas de hoje falam sobre regressos. Já há muito tempo que não as escrevo. E tanto tempo há que vocês não as leem. Por isso, hoje, resolvi escrevê-las. Estas pequenas palavras. Livres. Soltas. Tal como sempre vos habituei. E regressar traz sempre um sentimento agridoce. Tanto de excitação como de medo. As palavras soltas têm destas coisas. Sempre que escrevo deixo que seja o meu cérebro a comandar as minhas palavras. Ou serão as minhas palavras que controlam o cérebro?! Lidar com os pensamento enquanto escrevo é obrigatório. Não tenho escapatória possível. E, assim, regresso. Regresso ao meu mundo. Aquele mundo onde escrevo e desenho. Alio duas áreas da criatividade que sempre amei. E não me importo de viver aqui. Neste meu mundo de criatividade. Sinto-me abraçada sempre que o faço. Escrever. Desenhar. E regressar. Bem-vindas queridas palavras soltas! Que este seja um regresso para ficar. Bem, mas estas já são outras palavras soltas. Today's words will talk about ret...