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Palavras soltas (Bridges/Pontes)



As palavras soltas de hoje falam sobre pontes. As pontes servem de ligação. Ligam pontos opostos. Unem locais que se afastam. Aproximam pessoas que não se vêem. Rompem casulos. As pontes ficam suspensas no ar. Algumas. Fica a ponte no espaço. Num espaço feito de ar e de nada. À espera que alguém lá passe. E se ninguém lá passar pára-se a construção. E fica, assim, a ponte, à chuva, ao sol, ... Amanhã, quando acordar e mais um dia me for dado, um outro pilar será cravado no fundo do mar, tornando mais breve a distância que nos distancia. Sobre o vazio do mar. Não me perguntem o porquê da minha teimosia de atrever-me a atravessar esta ponte. Vejo por fim o seu final. Nenhuma estrela caiu. Nenhuma lua me ajudou. Vejo o nascer do sol, tímido, a iluminar a ponte. Não tenho pressa. Ter pressa implica andar mais do que o que as nossas próprias pernas podem. Ou andar mais depressa do que a minha sombra. Por isso não tenho pressa. E basta-me estender um braço para chegar onde exactamente quero chegar. Nem um centímetro a mais ou a menos. Toco-te. Não penso. Dás-me a tua mão. Sentamo-nos. Rimo-nos como todas as verdades absolutamente verdadeiras nos fazem rir. Olho para trás. E já não há ponte. Bem, mas estas já são outras palavras soltas. Ana Reis
Today my words talk about bridges. And bridges are a connection. They connect opposite points. They join places that are far away. They approach people that don't see each other for a long time. They break cocoons. The bridges are suspended in the air. Some are. And the bridge is suspended. In a space made of air and nothing. Waiting for someone to pass. And if no one passes the construction stops. And the bridge is exposed to rain, sun ... Tomorrow, when I wake up and another day will be given to me, another pillar will be nailed to the bottom of the sea, shortening the distance that distances us. Above the emptiness of the sea. Don't ask me why I stubbornly dared to cross this bridge. I finally see its end. No stars fell. No moon helped me. I see the timid sun rise and illuminate the bridge. I have no hurry. Being hurried means walking more than our own legs can. Or walking faster than my shadow. I'm so I have no hurry to cross this bridge. All I have to do is stretch my harm out to reach what I want to reach. Not one centimeter more or less. I touch you. I don't think. Give me your hand. We sit down. We laugh at every single absolutely true truths that have the power to make us laugh. I look back. And there is no bridge any more. Well, but these are already another kind of words. Ana Reis

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