Avançar para o conteúdo principal

Palavras soltas (The road/ O Caminho)



As palavras soltas de hoje falam sobre o caminho. E podemos seguir pelo caminho mais longo. Podemos seguir pelo caminho mais longo se formos de mãos dadas. Vamos por aquele caminho forrado por pequenos tijolos amarelos. Desculpa, dourados! Aquele caminho onde as sombras não sabem onde moram. Os pássaros adormecidos do sol quente cantam o silêncio que se esconde quando as folhas secas rugem. Podemos seguir pelo caminho mais longo se formos de mãos dadas. E do nosso lado direito, junto ao muro caiado, aquele que vai desenhando as cuvas e contracurvas da estrada, vemos as árvores que dão fruto. Árvores transparentes, com folhas transparentes e frutos transparentes. E os seus ramos não dão sombra nenhuma. Umas vezes conduzes-me. Outras vezes sou eu quem te conduzo. Conduzimo-nos até junto daquela muralha em ruínas. Passamos no meio de todas aquelas ruas e vielas. As casas, direitas e brancas, mostram um pouco do que foi, em tempos, aquele lugar. Seguimos até encontrarmos o mar. Olhamos o céu. O céu tem outro azul quando estamos de mãos dadas. Olhamos o mar. Os peixes saltam ao sabor das ondas. São peixes amarelos. São peixes verdes. São peixes de muitas cores. E as águas cristalinas facilmente nos deixam vê-los no seu habitat natural. E de mãos dadas sinto a tua força. E de mãos dadas eu sei que também sentes a minha força. Somos bengala. Somos força. E, afinal, a falta de sombras não foi um obstáculo. Bem, mas estas já são outras palavras soltas. Ana Reis


Today my words talk about the road. And we can take the long way. We can take the long way as long as we go hand in hand. Let's go through that little yellow brick lined road. Sorry, gilded! That road where the shadows don't have a home. The sleeping birds sing the silence that hides when the dry leaves roar. We can take the long way if we go hand in hand. And on our right side, next to the whitewashed wall, the one that draws the curves and countercurves of our road, we cand see fruit trees. Transparent trees with transparent leaves and transparent fruits. And its branches give no shade. Sometimes you lead me. Sometimes I lead you. We lead each other to that ruined city. We passed through all those streets and alleys. The houses, straight and white, show a little of what that palce once was. We continue until we find the sea. We look at the sky. The sky has another blue when we are hand in hand. We look at the sea. Fish jump as the waves crushes against the sand. There are yellow fish. There are green fish. There are fish of so many colors. And the crystal clear waters easily let us see those fishes in their natural habitat. And when we are hand in hand I feel your strength. And when we are hand in hand I know that you feel my strength too. We are our support. We are our strength. And, after all, the lack of shadows wasn't an obstacle at all. Well, but these are already another kind of words. Ana Reis



Comentários

Mensagens populares deste blogue

A Velha que vivia num sapato (Versão portuguesa (portuguese version))

Era uma vez... (ou podiam ser duas ou três) Uma velha que vivia dentro de um sapato. Mas não era um sapato qualquer! Era uma bota com alguns remendos a descoser. A morada dela era como que encantada e bela. Nas cartas que costumava escrever podia ler-se: Rua Sapato-bota, número quarenta e meio, Uma velha ao vosso serviço sem medo do alheio. Quando a primavera se lembrava de aparecer todos paravam para ver O jardim maravilhoso que aquela bota tinha. Tinha árvores e flores sem fim, E cheiros maravilhosos que se espalhavam por todo o jardim! O portão era pequeno e engraçado e estava um pouco enferrujado. O seu ferro foi envelhecendo com o passar do tempo. E sempre que o abriam era possível saber Quem lá entrava pelo barulho que ele costumava fazer. E o seu telhado era um pouco inclinado. As suas paredes já estavam um pouco gastas do tempo. E a porta estava sempre aberta para quem quisesse lá entrar. E muitos eram os que queriam a velha visitar! No seu...

Palavras Soltas (01/04/2014 Dinâmica de grupo: O Abrigo Subterrâneo)

As palavras soltas de hoje vão falar de memórias. Hoje estive a arrumar o meu sótão, em todos os sentidos, e consegui encontrar as coisas mais maravilhosas por lá perdidas e, algumas, esquecidas. Vou tentar partilhar convosco algumas delas ao longo do tempo, pelo menos as mais relevantes e, de certa forma, engraçadas. A memória de hoje vai para o meu último ano de Licenciatura. Tinha uma disciplina com o nome Dinâmica de Grupos que era bastante interessante por interagíamos muito uns com os outros e tentávamos funcionar como um grupo. Acho que foi um bom trabalho para aprendermos a trabalhar em equipa. Se bem que na prática as coisas não são tal e qual a teoria. Um dos desafios que nos foram lançados ao longo do semestre foi a dinâmica: O Abrigo Subterrâneo. E vou lançar-vos o desafio também. "Imaginem que uma cidade no mundo está sob ameaça de ser bombardeada. Aproxima-se um homem de nós e solicita-nos que tomemos uma decisão imediata. Existe um abrigo subterrâneo que só pode...

Regressos / Returns

  As palavras soltas de hoje falam sobre regressos. Já há muito tempo que não as escrevo. E tanto tempo há que vocês não as leem. Por isso, hoje, resolvi escrevê-las. Estas pequenas palavras. Livres. Soltas. Tal como sempre vos habituei. E regressar traz sempre um sentimento agridoce. Tanto de excitação como de medo. As palavras soltas têm destas coisas. Sempre que escrevo deixo que seja o meu cérebro a comandar as minhas palavras. Ou serão as minhas palavras que controlam o cérebro?! Lidar com os pensamento enquanto escrevo é obrigatório. Não tenho escapatória possível. E, assim, regresso. Regresso ao meu mundo. Aquele mundo onde escrevo e desenho. Alio duas áreas da criatividade que sempre amei. E não me importo de viver aqui. Neste meu mundo de criatividade. Sinto-me abraçada sempre que o faço. Escrever. Desenhar. E regressar. Bem-vindas queridas palavras soltas! Que este seja um regresso para ficar. Bem, mas estas já são outras palavras soltas. Today's words will talk about ret...