Hoje apetece-me escrever. Escrever só por escrever. Escrever porque a alma mo exige. E eu cumpro. E escrevo. Algumas vezes uma pequena linha. Outras há em que até crio um texto. Desta vez escrevo somente uma pequena história. Por muitos conhecida, por outros desconhecida. E começa com imagens. As imagens que os nossos olhos vêem muitas vezes são difíceis de descortinar. Outras vezes essas imagens são nítidas. Os raios luminosos desta manhã atravessaram-me o olho através da pupila. E nem conseguem imaginar o que eu vi! A minha retina recebeu a luz através dos seus cones e bastonetes. Os impulsos nervosos fervilharam ansiosos por percorrerem o nervo óptico e atingirem o córtex cerebral da visão. E foi neste instante que eu te vi diante dos meus olhos. Estavas lindo, maravilhoso, deslumbrante e até um pouco despenteado. Mas nem isso incomodava-me. Adorava o teu penteado desalinhado como se fosse um campo agreste. Que rebeldia o teu cabelo escondia! Os teus olhos tímidos escondiam mil e uma histórias. Histórias sem fim. Histórias de príncipes e de princesas. Algumas com guerreiros e monstros medonhos! Outras de encantar. Mas o mais impressionante era a tua candura. Tão sereno, tão calado, tal qual um anjo. Parecias tirado de um livro. Um livro com histórias de maravilhar. Eras um menino lindo! Contado eu nunca iria acreditar que tal beleza fosse real. Queria poder entender todos as histórias que tinhas para contar. Mas não entendi. Eras um menino lindo! Filho de alguém. Alguém completamente desconhecido. Mas isso não importa.
Ana Reis
Ana Reis
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