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Palavras soltas (What I want/ O que eu quero)




As palavras soltas de hoje falam sobre o que eu quero. E quero uma mão no ombro, um abraço apertado ou, quiçá, alguém que fique a meu lado. Alguém que fique ali, a meu lado. Os dois quietinhos a olhar o mar, num silêncio quase impenetrável, com as ondas do mar como música de fundo. Alguém para colher as minhas lágrimas. Colhê-las e plantá-las. E no dia seguinte colhemos sorrisos no nosso quintal. Um bom ouvinte e confidente. Um poço sem fundo. Um poço que não é frio nem vazio. Um poço que está cheio de palavras reconfortantes. Um poço cheio de palavras quentes. Um poço cheio de palavras e de expressões faciais que brincam e que me fazem sorrir. E quero alguém que ria comigo quando eu faço algo sem sentido. (E quantas coisas sem sentido eu faço diariamente!) Alguém que ria das nossas piadas sem piada nenhuma. Alguém que ria das nossas piadas sem graça nenhuma atém chorarmos de tanto rir. Alguém que me teça elogios, mentiras úteis mas com uma sinceridade inquestionável, quando me sinto a pessoa mais feia e insignificante do mundo. E preciso de alguém que ache os nossos dramas os maiores do mundo. E que terminemos o dia a concluir que, afinal, tudo passa. Estamos juntos. E quero alguém que me diga quando não devo falar e que evite um gesto inesperado e inconsciente que possa magoar alguém. Alguém que evite as catástrofes que a minha mente teima em não evitar. Alguém que me possa dizer o quanto eu estou errada mas que, mesmo assim, continua a meu lado. Alguém que me diga que eu merecia um puxão de orelhas mas que me faça ver o caminho certo e o porquê de eu estar no errado, sem magoar-me. Alguém que faça comigo as palavras cruzadas e que complete as minhas frases por já me conhecer tão bem. E quero alguém que dance comigo à chuva. Não importa se ficamos doentes. Vamos adoecer juntos e cuidar um do outro. Alguém que me dê beijos, de nforto, na testa sem estar a contar. E quero alguém que me diga todas as noites, antes de adormecer, e todas as manhãs, ao acordar, Amo-te. Bem, mas estas já são outras palavras soltas. Ana Reis



Today my words talk about what I want. And I want a hand on my shoulder, a tight hug or, perhaps, someone that stands by my side. And we two quietly just looking at the sea, in an almost impenetrable silence, with the waves of the sea as background music. Someone to reap my tears. Someone that harvest them and plant them. And in the very next day we collected smiles from our backyard. A good listener and confidant. A bottomless well. A well that is neither cold nor empty. A well that is full of comforting words. A well full of warm words. A well full of words and facial expressions that are so silly that can make me smile. And I want someone who laughs with me when I do a nonsense thing. (And I do a lot of nonsense things every single day!) Someone who laughed at our jokes that are not even funny. Someone who laughed at our joke that are not funny untill we can't laugh no more. Someone who tells me compliments, useful lies but with unquestioning sincerity, when I feel as I am the most ugly and insignificant person in the world. And I need someone who finds our dramas the greatest in the world. And we finish the day concluding that, after all, everything passes. We are together. And I want someone to tell me when I shouldn't speak avoiding an unexpected and unconscious gesture that could hurt someone. Someone that avoid the catastrophes that my mind stubbornly doesn't avoid. Someone who can tell me how wrong am I but still by my side. Someone who tells me that I deserve a tug of ears but that makes me see the right way and why I'm in the wrong, without hurting myself. Someone who does the crosswords with me and who completes my sentences for already knowing me so well. And I want someone to dance with me in the rain. It doesn't matter if we get sick. Let's get sick together and take care of each other! Someone to give me  unexpected comfort kisses  on the forehead. And I want someone to tell me every night, before I fall asleep, and every morning, when I wake up, I love you. Well, but these are already another kind of words. Ana Reis





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