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Palavras soltas (Death/Morte)




As palavras soltas de hoje falam sobre a morte. E a morte vem sem avisar. Espreita a cada esquina como se fosse um detective privado. Esconde-se em cada recanto da nossa vida à espera do momento certo para revelar-se. Se eu morrer nova, antes mesmo de olhar-te nos olhos, quero que imagines como seria esse momento. Quero que o imagines com carinho, com amor. Quero que o imagines como se fosse a cena de um filme de Hollywood. Algo inesquecível e com fogo de artifício à mistura. Imagina todas as borboletas que no estômago irão esvoaçar quando os nossos lábios se tocarem. Lembra-te disto. Se eu morrer nova não te preocupes. Morrerei feliz se puder, antes, ver um sorriso teu. E, mesmo que não o veja, não te preocupes na mesma. A preocupação mata. E para morrer nova já basto eu. Mas não te preocupes porque irei para onde as raízes das árvores moram. E vês alguém a preocupar-se com elas?! Pensa comigo: se eu morrer nova é porque tem que ser assim. Tem que ser assim porque a vida, a isso, nos obriga. Não serás tu nem ninguém que o poderá impedir. Ouve isto: Se eu morrer nova lembra-te de todos os bons momentos. Ri-te de todos os bons e menos bons momentos, mas nunca deixes uma lágrima, que não seja de alegria, correr na tua face. Olha o sol e lembra-te do que fomos, um dia, juntos. Sente a água e lembra-te da minha pele gelada no Inverno. Descansa. Eu fui feliz porque nunca pedi coisa nenhuma. E não há explicação. Vivi a sentir o sol e a chuva a tocarem a minha pele. Deixei que o frio e o vento tocassem a minha pele fazendo com que eu me sentisse viva. E amei. Amei como se ama e não se é amado porque não tinha que ser. Amei como se ama porque tinha que ser. Corri por campos verdejantes. Por isso se eu morrer nova não chores. Não há nada para chorar. Apenas celebra a vida. Apenas celebra a vida. Bem, mas isto já são outras palavras soltas. Ana Reis


Today my words talk about death. And death comes without warning. We could find it at every corner like a private detective. It hides in every corner of our lives waiting for the right moment to show itself. If I die young, before I look in your eyes, I want you to imagine what that moment would be like. I want you to imagine it with love. I want you to picture it as if it was a scene of a Hollywood movie. Something unforgettable and full of fireworks. Imagine all the butterflies in the stomach when our lips get together. Remember this. If I die young don't worry. If I can see your smile before I die I will die happy. And even if I don't see your smile, don't worry about it. Worry kills. And to die young here I am. But don't worry, because I will go to the place where the roots of the trees live. And do you see anyone worried about them?! Think: if I die young, it's because it has to be this way. It has to be this way because life forces us. It won't be you or anyone else to stop death. Listen to this: If I die young, remember all the good times we've shared together. And laugh at all good and bad times that we've shared, but never let a tear fall down your face. It's only allowed tears of joy. Look at the sun and remember what we used to be when we were together. Feel the water and remember my cold skin in the winter. Be peacefull. I was happy because I never asked for anything. And there is no explanation. I felt the sun and the rain touching my skin. I let the cold and the wind touch my skin making me feel alive. And I loved. I loved like we love without anyone to love us back. And anyone loves me because I don't have to be loved. I loved as we love because it had to be. I ran through green fields. So if I die young don't cry. There 's nothing to cry about. Just celebrate life. Just celebrate life. Well, but this is already another kind of words. Ana Reis

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