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Palavras soltas (12/11/2014 - Claras em castelo/ Whites)



As palavras soltas de hoje estão como claras em castelo. É uma pilha de folhas que se amontoam no fax construindo castelos de palavras. Construindo um castelo de palavras no silêncio desta sala. O pó acumula-se nas prateleiras. O pó vai formando as suas construções de forma incerta e mais ou menos desorganizada. Rebentam os tinteiros no interior do fax. Traçam arco-íris a preto e branco nas folhas de papel organizadas que se vêem a ser puxadas para o seu interior. Na rua o trânsito acumula. Criam-se filas de tédio e desespero. Ouvem-se buzinas. E o seu som estridente e grupal, como se de uma orquestra se tratasse, afugenta os pássaros que baloiçam nos fios elétricos que unem a irmandade de postes de alta tensão que formam a nossa rede elétrica. São horas perdidas ou achadas no meio daquele antro de confusão. Parecem um rebanho desorientado por não ter um pastor que o guie. Ovelhas estas que quase se atropelam para conseguirem chegar mais cedo, ou pelo menos a horas, ao seu destino. Os e-mails flutuam através dos computadores. Os e-mails esvoaçam neste céu digital e virtual com forma de pixeis e chips. E de muitas outras coisas mais que não fazem parte do meu conhecimento tecnológico e informático. Os telefones tocam sem terem sono. Os telefones tocam noite e dia porque sofrem de insónias ou pela ausência de cérebro. Nada neles precisa de descansar, a não ser o ouvido. Abre-se a janela e agora sei como é bom respirar. Bem, mas isto já são outras palavras soltas. Ana Reis


Today my words feel like they're whites. And a pile of papers piles up on the fax building a castle made of words. Building a house of words in the silence of this room. The dust piles up on the shelves. The dust will build their uncertain and more or less haphazardly constructions. -And cartridges burst inside the fax. It draws a rainbow in black and white using those sheets of paper well organized that are pulled into it. On the street the traffic standstill. There are queues made of boredom and despair. We hear horns. And their shrill and group sound sounds as if it were an orchestra and deters birds that swing on the electrical wires that join the brotherhood of power pylons that form our electrical grid. And so they lost or found long hours in the middle of that den of confusion. They seem to be a disoriented flock by not having a shepherd to guide them. They are sheeps that almost trip over themselves in order to reach sooner or at least in time to their destination. Emails are floating through computers. Emails flit in this digital and virtual sky shaped as pixels and chips. And many other things that aren't part of my computer and technological knowledge. The phones ring without sleep. The phones ring night and day because they suffer of insomnia or of absence of brain. None of them needs to rest, but the ear. The window opens itself and now I know how good it is to breathe. Well, but this is already another kind of words. Ana Reis

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