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Palavras soltas (02/09/2013 - Amor Platónico / Platonic Love)




As palavras soltas de hoje sentem-se bem. Porque sim. Porque o bem é um sim e o sim é um bem. Porque faz todo o sentido dizer coisas sem sentido algum. Porque sim. Porque sentem-se bem. É como aqueles sentimentos que pensamos controlar e que, nunca, os conseguimos domar. Apenas no nosso inconsciente sabemos disso. E que inconscientes que nós somos. Sentimos o coração bater mais forte mas pensamos que foi da caminhada que fizemos do trabalho até casa. Sentimos a respiração ofegante mas deve ser da corrida que tivemos que dar a fugir da chuva quando estávamos a tentar entrar no carro. Sentimo-nos bem junto daquela pessoa mas isso é porque ela é muito simpática. Temos sempre uma forma ou outra de controlar o que estamos a sentir, quanto mais não seja, com mentiras que contamos a nós próprios. O pior mesmo é quando admitimos que realmente estamos perdidamente apaixonados por essa pessoa e criamos uma imagem dela à nossa imagem. Ou melhor, à imagem dos nossos sonhos. E isto é mesmo o pior. Criamos expectativas. Colocamos a pessoa num pedestal bem alto. Tão alto como se nós fôssemos meras formigas perante essa pessoa. Nós não sabemos nada sobre os outros a não ser aquilo que eles nos mostram. E ninguém nos mostra tudo e, muito menos, o que não quer que vejamos. Que amor tão platónico este. Olhá-lo e sentir como se nos estivéssemos a beijar. Que falso amar este que adocica os corações para mais tarde os apunhalar. E o punhal é de tal forma aguçado que, sem darmos por isso, nos trespassa o peito alcançando o coração facilmente. Tanto sangue. Sangue derramado em lágrimas de dor. A desilusão. A queda na realidade. A perda da máscara que criáramos para a outra pessoa. E era uma máscara tão bonita. Mas ninguém vive de ilusões. Eu só vivo de realidades. Os sonhos, esses, tenho-os guardados na janela que dá para o futuro mas nunca mais os deixo voar e tomar as rédeas da minha vida como outrora. O sonho comanda a vida. Mas o amor tem que ser comandado com pés e cabeça e algum sonho à mistura. Bem, mas isto já são outras palavras soltas. Ana Reis


Today my words feel good. Because yes. Because the good is yes and the yes is good. Because it makes perfect sense to say things without any sense. Because yes. Because my words really feel good. It's like those feelings that we thought we can control but we never can control them. We only know that in our unconscious. And how we are unconscious. We feel our heart beat faster but we think it was because of the walk we did from our work to our home. We feel good with that person but that is because he/she is very friendly. We always have a way or another to control what we feel using the lies we tell ourselves. The worst thing is when we admit that we are really madly in love with that person and we create an image of he/she in our image. Or rather, the image of our dreams. And this is even worse. We create expectations. Put the person on a high pedestal. As high as if we were mere ants before this person. We know nothing about each other except what persons show us. And nobody shows us everything, much less, which they don't want us to see. What a Platonic love. Look at he/she and feel like we were kissing. This false love that sweetens hearts to later stab them. And the knife is sharpened in such a way that, without realizing it, pierces our chest reaching the heart easily. So much blood. Blood shed in tears of pain. Disillusionment. The fall in reality. The loss of the mask that created to another person. And it was such a lovely mask. But nobody lives of illusions. I live only of realities. Dreams I have them stored in the window that looks to the future but I never let them fly and take the reins of my life as before. The dream commands life. But love has to be controlled with head and feet and with dreams in the middle of. Well, but this is already another kind of words. Ana Reis

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