Avançar para o conteúdo principal

Palavras soltas (15/09/2014 - Nuvens/Clouds)




As palavras soltas de hoje sentem-se iluminadas. Iluminadas pela luz do sol que teima em esconder-se por entre as nuvens. Mas os raios de sol lá vão conseguindo penetrar a barreira mais que concentrada de nuvens que o céu, hoje, resolveram assombrar. Assombram mas não assustam. Não são nada assustadoras nem ameaçadoras. Afinal, estas nuvens escuras e concentradas que se concentram, hoje, no céu não são mais do que meras partículas de água condensada, oriunda de um mecanismo de evaporação da água na superfície do planeta. Não são mesmo nada assustadoras. Um dia vou subir ao céu e soprá-las. Soprá-las com toda a minha força. Soprá-las com todas as minhas forças. Vou, simplesmente soprá-las e ver o que acontece. De certeza que estas irão deslocar-se ao sabor do vento ténue e suave do meu sopro. Seja um movimento ascendente ou descendente. E se a nuvem fizer uma cara de má para mim eu não a temerei na mesma. Não vão ser milhões de caretas em pequenas gotículas de água condensada que me vão assustar. Confronto-as com o meu olhar. E, desta vez, uso o meu melhor olhar. Olho-as. E elas olham-me. Ainda tentam fazer o seu olhar mais intimidante mas não me intimidam. Eu sei que a dissipação de uma nuvem é coisa para meninos. É mesmo muito fácil. Basta que eu consiga subir um pouco a temperatura ambiente para que as suas pequenas gotículas de água comecem a evaporar. Este aquecimento adiabático matará todas as nuvens que, hoje, teimam em invadir o céu azul. Parece que o meu plano para dissipar todas estas nuvens que escurecem, hoje, o céu é perfeito! Tão perfeito quanto o acordar num dos locais dos nossos sonhos. Bem, mas não são estas nuvens que estragam, hoje, o meu dia. Estas nuvens conseguem deixar atravessar os raios de sol que iluminam a minha face. E isso é tão bom! Vou deixá-las, então, viverem mais um pouco. Serem por mais alguns momentos nuvens. Afinal elas existem, por isso, porque preocupo-me em fazê-las dissipar deste céu que, apesar de tudo, continua a ser azul. Bem, mas isto já são outras palavras soltas. Ana Reis

Clouds Pirenópolis 039.jpg

Today my words feel enlightened. They feel enlightened by the sunlight that insists on hiding among the clouds. But the sun's rays can penetrate the barrier of clouds concentrated in the sky today. But they can't scare me. They aren't really that frightening or threatening. After all, these dark and concentrated clouds that are focus, today, in the sky are nothing more than mere particles of condensed water, coming from a mechanism of water evaporation on the surface of the planet. They aren't even scary. One day I will ascend to heaven and blow them. Blow them with all my strength. I will simply blow them and see what happens. I'm sure these will move to the flavor of fine and soft wind of my breath. They will have an upward or downward movement. And if the cloud makes a face of bad guy for me I won't fear it as always. There will be millions of faces in small droplets of condensed water that will try scare me. But I will confront them with my look. And this time, I'll use my best look. I look at them. And they look at me. They will still trying to make their look more intimidating but they won't intimidate me. I know that dissipation of a cloud is for little boys. It's really easy! So I just have to get a little high the temperature so their small water droplets begin to evaporate. This adiabatic heating will kill all the clouds that, today, insist to invande the blue sky. Looks like my plan to dispel all these clouds that darken, today, the sky is perfect! As perfect as we awake on the most beautifull landscape on earth. Well, but aren't these clouds that spoil, today, my day. These clouds let the sun's rays get through them so they can brighten my face. And it's so good! It feels really good! I'll leave them live a little longer. I'll let them be, for a few more moments, clouds. After all they exist so why am I worried on making them dissipate from this sky, though, it continues to be blue. Well, but this is already another kind of words. Ana Reis

Comentários

Mensagens populares deste blogue

A Velha que vivia num sapato (Versão portuguesa (portuguese version))

Era uma vez... (ou podiam ser duas ou três) Uma velha que vivia dentro de um sapato. Mas não era um sapato qualquer! Era uma bota com alguns remendos a descoser. A morada dela era como que encantada e bela. Nas cartas que costumava escrever podia ler-se: Rua Sapato-bota, número quarenta e meio, Uma velha ao vosso serviço sem medo do alheio. Quando a primavera se lembrava de aparecer todos paravam para ver O jardim maravilhoso que aquela bota tinha. Tinha árvores e flores sem fim, E cheiros maravilhosos que se espalhavam por todo o jardim! O portão era pequeno e engraçado e estava um pouco enferrujado. O seu ferro foi envelhecendo com o passar do tempo. E sempre que o abriam era possível saber Quem lá entrava pelo barulho que ele costumava fazer. E o seu telhado era um pouco inclinado. As suas paredes já estavam um pouco gastas do tempo. E a porta estava sempre aberta para quem quisesse lá entrar. E muitos eram os que queriam a velha visitar! No seu...

Palavras Soltas (01/04/2014 Dinâmica de grupo: O Abrigo Subterrâneo)

As palavras soltas de hoje vão falar de memórias. Hoje estive a arrumar o meu sótão, em todos os sentidos, e consegui encontrar as coisas mais maravilhosas por lá perdidas e, algumas, esquecidas. Vou tentar partilhar convosco algumas delas ao longo do tempo, pelo menos as mais relevantes e, de certa forma, engraçadas. A memória de hoje vai para o meu último ano de Licenciatura. Tinha uma disciplina com o nome Dinâmica de Grupos que era bastante interessante por interagíamos muito uns com os outros e tentávamos funcionar como um grupo. Acho que foi um bom trabalho para aprendermos a trabalhar em equipa. Se bem que na prática as coisas não são tal e qual a teoria. Um dos desafios que nos foram lançados ao longo do semestre foi a dinâmica: O Abrigo Subterrâneo. E vou lançar-vos o desafio também. "Imaginem que uma cidade no mundo está sob ameaça de ser bombardeada. Aproxima-se um homem de nós e solicita-nos que tomemos uma decisão imediata. Existe um abrigo subterrâneo que só pode...

Regressos / Returns

  As palavras soltas de hoje falam sobre regressos. Já há muito tempo que não as escrevo. E tanto tempo há que vocês não as leem. Por isso, hoje, resolvi escrevê-las. Estas pequenas palavras. Livres. Soltas. Tal como sempre vos habituei. E regressar traz sempre um sentimento agridoce. Tanto de excitação como de medo. As palavras soltas têm destas coisas. Sempre que escrevo deixo que seja o meu cérebro a comandar as minhas palavras. Ou serão as minhas palavras que controlam o cérebro?! Lidar com os pensamento enquanto escrevo é obrigatório. Não tenho escapatória possível. E, assim, regresso. Regresso ao meu mundo. Aquele mundo onde escrevo e desenho. Alio duas áreas da criatividade que sempre amei. E não me importo de viver aqui. Neste meu mundo de criatividade. Sinto-me abraçada sempre que o faço. Escrever. Desenhar. E regressar. Bem-vindas queridas palavras soltas! Que este seja um regresso para ficar. Bem, mas estas já são outras palavras soltas. Today's words will talk about ret...