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Palavras soltas (02/08/2014 - van Gogh)





As palavras soltas de hoje estão voltadas para a arte. A arte da pintura. Van Gogh. Aquele senhor de barba e cabelo ruivos. Aquele senhor que nasceu em 1853 com o nome Vincent Willem van Gogh em Groot-Zundert, uma pequena aldeia holandesa na região de Brabante Setentrional. Ele exerceu a sua atividade como artista durante, apenas, 10 anos. E, em vida, apenas vendeu 1 quadro. Magnífico e impressionante, talvez até seja inacreditável! Chegou a ser pregador pois estudou teologia. Sempre teve uma vida solitária e tornou-se artista num ambiente de pobreza extrema. Após esta breve introdução sobre um dos meus ídolos, as palavras soltas vão falar sobre sentimentos transformados em pinceladas numa tela.
Ficheiro:Van Gogh - Starry Night - Google Art Project.jpg
A Noite Estrelada (Ciprestes e Aldeia), 1889 Óleo sobre tela (73x192,2cm) Metropolitan Museum of Modern Art, Nova Iorque
As linhas enroladas sobre si mesmas dão lugar a estrelas no céu escuro. As pinceladas impetuosas dão forma aos picos de ciprestes. As superfícies curvas tracejadas produzem cumes de montanhas. E todas as formas geométricas com linhas direitas reproduzem a arquitetura de um lugar. E esse lugar seria Provence. Na altura pintou de memória esta paisagem. Mas, se olharmos melhor, podemos visualizar mais coisas nesta pintura. As ondulações marcadas no céu estrelado, as quais parecem vento, poderiam ser todos os sonhos de todas as pessoas que já dormiam em Provence. Incluindo os sonhos de van Gogh. Esta pintura traz-me muita paz. Especialmente porque fala de sonhos, porque me sugere que está a falar de sonhos. Ou de recordações. Sugere que os nossos sonhos não ficam somente na nossa mente enquanto dormimos. Sugere que os nossos sonhos voam enquanto vão sendo desenhados na nossa mente durante o processo criativo noturno. Ou, então, sugere que as nossas recordações vão flutuando pelo céu estrelado na esperança de encontrar alguma forma de matar a saudade. Ou, pelo menos, de atenuá-la. Bem mas isto já seriam outras palavras soltas. Ana Reis



Today my words are focused on art. The art of painting. Van Gogh. The gentleman with auburn beard and hair. The gentleman who was born in 1853 with the name of Vincent Willem van Gogh in Groot-Zundert, a small village in the Dutch region of Noord Brabant. He pursued his activity as an artist for only 10 years. And in life, he only sold 1 painting. Magnificent and stunning, perhaps unbelievable! He became a preacher because he studied theology. He always had a lonely life and became an artist in an environment of extreme poverty. After this brief introduction to one of my idols, my words will talk about feelings transformed into brushstrokes in a piece of paper or something else.

Ficheiro:Van Gogh - Starry Night - Google Art Project.jpg
The Starry Night (Cypress and Village), 1889 Oil (73x192, 2 cm) Metropolitan Museum of Modern Art, New York
The lines wound onto themselves give life to stars in the dark sky. The fiery strokes form the peak of cypress. The dashed curved surfaces produce mountaintops. And all geometric shapes with straight lines reproduce the architecture of a place. And this place would be Provence. At the time he painted this landscape only using his memory. But if we look better, we can see more things in this painting. The ripples marked at the starry sky, which seem to be wind, could be the dreams of the people who slept in Provence. Including the dreams of van Gogh. This painting brings me such a feeling of peace... Especially because it speaks of dreams, because it suggests me that it is talking about dreams. Or memories. Suggests that our dreams are not only in our minds while we sleep. Suggests that our dreams will fly while they are being drawn in our minds during the night creative process. Or, suggests that our memories will float at the starry sky with the hope of finding some way to kill the homesickness. Or at least to mitigate it. Well but this is another kind of words. Ana Reis

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