As palavras soltas de hoje vão falar-vos sobre abcessos. Estes abcessos não são mais do que um acumular localizado de pus num tecido, originando uma cavidade delimitada por uma membrana piogénica. O líquido que a preenche forma-se a partir da desintegração e necrose do tecido original, dos microorganismos e dos leucócitos. O abcesso pode aparecer em qualquer região do corpo que seja afetada por um agente piogénico (cérebro, ossos, pele, pulmão, músculos). Porém, alguns tipos são mais frequentes e/ou graves. E é destes tipos de abcessos que as palavras soltas vos querem falar. Dos que são gravess e frequentes. Algumas pessoas têm-nos nas gengivas e, por vezes, mal conseguem falar. Mas aqueles que realmente são frequentes e graves são os abcessos nos cotovelos. E, por muito que possamos cair na tentação de dizer que nunca vimos ou ouvimos falar de tal coisa, eles existem mesmo! E existem naquelas pessoas que menos esperamos que tenham! Se eu sinto pena dessas pessoas?! Bem, posso dizer que tem dias. Tem dias em que até sinto pena pela sua falta de vida própria. Sim, as pessoas que apresentam abcessos nos cotovelos, normalmente, sofrem de ausência de vida própria. Que tristeza! Hoje é um dia em que consigo sentir pena dessas pessoas. Mas não me conseguem comover! É uma tristeza controlável e passageira! Acima de tudo passageira! E ainda bem que assim é! Nos meus anos da escola secundária só tive uma pessoa, que eu me tenha apercebido, com os cotovelos com abcessos. Mas foi por muito pouco tempo porque, depois, fui para a faculdade. Que felicidade! E durante um ano e alguns meses conheci pessoas espetaculares sem qualquer tipo de abcessos! Pessoas saudáveis! Corpo e mente sãos! Depois mudei de faculdade. Durante os primeiros meses, talvez até mesmo durante o primeiro ano, as pessoas não tinham abcessos. Também eram, igualmente, saudáveis. Depois, porque eu tive uma alegria na minha vida, descobri o grande abcesso no cotovelo de uma única pessoa! E que abcesso aquele! Aquele doía-lhe mesmo mesmo muito! Mas eu nunca tive pena dela! Nunca senti pena por ela não ter vida própria! Só comecei a sentir pena dela a partir do momento que nos cruzámos na nossa atividade laboral. Aí consegui ver que o abcesso no cotovelo dela era tão grande ao ponto de se tornar contagioso. E contagiou várias pessoas lá dentro! Mas nem aqui senti muita pena. Só alguma! Senti mais pena quando o abcesso dela tornou-se tão gigante ao ponto de tentar desgraçar a minha carreira profissional. Aí eu vi o tamanho da dor que ela sentia no seu cotovelo pelo tamanho do abcesso que tinha. E, ainda assim, consegui desejar-lhe, internamente, tudo de bom! Aliás, até costuma-se dizer que desejamos exatamente o mesmo que estas pessoas nos desejam a nós! Mas eu não lhe desejei isso. Sou superior a um abcesso no cotovelo. Afinal a doente era ela. Não devemos desejar coisas más a ninguém, muito menos a pessoas doentes. E as pessoas que ela contagiou também ficaram com a mesma doença. E desejei-lhes o melhor. E, mesmo assim, elas continuam com um grande abcesso no cotovelo sempre que se cruzam comigo! E porque vos falo hoje nisto? Para vos alertar e porque, para mim, é já um assunto completamente resolvido e sem abcessos por perto! Bem, mas isto já são outras palavras soltas. Ana Reis
Today my words will talk about abscesses. These abscesses are no more than an accumulation of pus located in a tissue, resulting in a cavity enclosed by a pyogenic membrane. The liquid that fills it is formed from disintegration and necrosis of the original tissue, microorganisms and leukocytes. The abscess can appear anywhere in the body that is affected by a pyogenic agent (brain, bone, skin, lung, muscle). However, some types are more frequent and / or severe. And it's about these types of abscesses that my words want to talk about. Some people have it in the gums and sometimes barely can speak. But those who are really frequent and severe abscesses are those in the elbows. And, however, we may be tempted to say that we have never seen or heard of such a thing, they really exist! And it exists on those people who we don't expect! If I feel sorry for these people... Well, sometimes. There are days that I feel sorry for those people who don't really have life of its own. Yes, people who have elbows abscesses usually suffer from absence of life of its own. How sad! Today is a day that I feel sorry for these people. But I can't be moved! It is a manageable and transient sadness! In my years of high school I only had one person with elbows with abscesses. But it didn't last too long because then I went to university. What a happiness! And for a year and some months I met amazing people without any abscesses! Healthy people! Healthy body and mind! Then I change university. During the first few months, maybe even during the first year, people had no abscesses. They were also healthy. Then, because I had some joy in my life, I discovered the large abscess on the elbow of only one person. And what an abscess that was! And she felt lot of pain! But I never felt sorry for her! I never felt sorry for her because she had no life of its own! I only started to feel sorry for her from the moment we crossed at our work activity. Then I could see that the abscess on her elbow was so big so it become contagious. And it infected several people inside of our work place! But wasn't here the moment I felt very sorry. Only some! I felt more sorry when the abscess has become so gigantic that she tried to disgrace my professional career to stop her pain. And I wished her, internally, only good things! In fact, we usually say that we want exactly the same as these people wish us! But I didn't wish her that. I am so much more than an abscess on her elbow. And the sick one was her and the people she also infected with the same disease. And I wished them the best. And they continue with a large abscess at the elbow everytime they cross my way! And why do I speak to you about this today? Jus to alert you and because, to me, thit is already a completely resolved issue! Well, but this is already another kind of words. Ana Reis
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