Avançar para o conteúdo principal

Palavras soltas (Dogs/Cães)



As palavras soltas de hoje falam sobre cães. Lembro-me de te pegar ao colo pela primeira vez. Tu pequena e com medo. Eu maior mas com muito mais medo do que tu. Lembro-me de te dar um beijo e de deixar cair uma lágrima pela minha face. Ainda não éramos uma. Mas já me pertencias. Foi amor à primeira vista. Hoje bateu-me no peito aquela saudade. Companheira nas horas vagas. Companheira em todas as horas. Não falavas mas não era preciso. Éramos uma. Se chorava, e quantas vezes me viste chorar, tu estavas a meu lado a fazer alguma coisa tola para me fazeres rir. E, por mais que eu teimasse em chorar, tu conseguias sempre arrancar um sorriso dos meus lábios. Tenho saudades de chamar por ti. E de adormecer e sonhar com todas as mil e uma brincadeiras novas que eu tinha inventado para partilharmos. Como é possível gostar tanto de "alguém" como nós gostávamos uma da outra. Foi contigo que aprendi o que é confiar. E eu confiava-te todos os meus segredos. E tu confiavas em mim a tua vida. E hoje, se choro, sou eu que tento fazer algo bem tolo só para me fazer rir. Foi uma das coisas que também aprendi contigo. Bem, mas estas já são outras palavras soltas. Ana Reis


 Today my words talk about dogs. I remember the day I held you in my arms for the first time. You're small and scared. I was bigger but much more afraid than you. I remember that I gave you a kiss and let a tear fall down my face. We weren't one yet. But you already belonged to me. It was love at first sight. Today I missed you with all my heart. Partner all day and all night. You didn't talk but you did didn't have to. We were one. If I cried, and how often you saw me cry, you were there by my side doing something silly to make me laugh. And as much as I kept on crying, you could always put a smile on my lips. I miss calling your name. And I miss falling asleep and dream about all the thousand and one new pranks I had invented to share with you in the morning. How can you love "someone" as much as we love each other? It was with you that I learned how to trust. And I told you all my secrets. And you trusted me your life. And today, if I cry, it's me who tries to do something really silly just to make me laugh. It was one of the things that I've learned from you. Well, but these are already another kind of words. Ana Reis

Comentários

Mensagens populares deste blogue

A Velha que vivia num sapato (Versão portuguesa (portuguese version))

Era uma vez... (ou podiam ser duas ou três) Uma velha que vivia dentro de um sapato. Mas não era um sapato qualquer! Era uma bota com alguns remendos a descoser. A morada dela era como que encantada e bela. Nas cartas que costumava escrever podia ler-se: Rua Sapato-bota, número quarenta e meio, Uma velha ao vosso serviço sem medo do alheio. Quando a primavera se lembrava de aparecer todos paravam para ver O jardim maravilhoso que aquela bota tinha. Tinha árvores e flores sem fim, E cheiros maravilhosos que se espalhavam por todo o jardim! O portão era pequeno e engraçado e estava um pouco enferrujado. O seu ferro foi envelhecendo com o passar do tempo. E sempre que o abriam era possível saber Quem lá entrava pelo barulho que ele costumava fazer. E o seu telhado era um pouco inclinado. As suas paredes já estavam um pouco gastas do tempo. E a porta estava sempre aberta para quem quisesse lá entrar. E muitos eram os que queriam a velha visitar! No seu...

Palavras Soltas (01/04/2014 Dinâmica de grupo: O Abrigo Subterrâneo)

As palavras soltas de hoje vão falar de memórias. Hoje estive a arrumar o meu sótão, em todos os sentidos, e consegui encontrar as coisas mais maravilhosas por lá perdidas e, algumas, esquecidas. Vou tentar partilhar convosco algumas delas ao longo do tempo, pelo menos as mais relevantes e, de certa forma, engraçadas. A memória de hoje vai para o meu último ano de Licenciatura. Tinha uma disciplina com o nome Dinâmica de Grupos que era bastante interessante por interagíamos muito uns com os outros e tentávamos funcionar como um grupo. Acho que foi um bom trabalho para aprendermos a trabalhar em equipa. Se bem que na prática as coisas não são tal e qual a teoria. Um dos desafios que nos foram lançados ao longo do semestre foi a dinâmica: O Abrigo Subterrâneo. E vou lançar-vos o desafio também. "Imaginem que uma cidade no mundo está sob ameaça de ser bombardeada. Aproxima-se um homem de nós e solicita-nos que tomemos uma decisão imediata. Existe um abrigo subterrâneo que só pode...

Regressos / Returns

  As palavras soltas de hoje falam sobre regressos. Já há muito tempo que não as escrevo. E tanto tempo há que vocês não as leem. Por isso, hoje, resolvi escrevê-las. Estas pequenas palavras. Livres. Soltas. Tal como sempre vos habituei. E regressar traz sempre um sentimento agridoce. Tanto de excitação como de medo. As palavras soltas têm destas coisas. Sempre que escrevo deixo que seja o meu cérebro a comandar as minhas palavras. Ou serão as minhas palavras que controlam o cérebro?! Lidar com os pensamento enquanto escrevo é obrigatório. Não tenho escapatória possível. E, assim, regresso. Regresso ao meu mundo. Aquele mundo onde escrevo e desenho. Alio duas áreas da criatividade que sempre amei. E não me importo de viver aqui. Neste meu mundo de criatividade. Sinto-me abraçada sempre que o faço. Escrever. Desenhar. E regressar. Bem-vindas queridas palavras soltas! Que este seja um regresso para ficar. Bem, mas estas já são outras palavras soltas. Today's words will talk about ret...