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Palavras soltas (24/03/2014 Gigantes/Giants)


Hoje as palavras soltas serão soltas como das outras vezes. Com elas irei contar-vos mais uma das minhas peripécias de infância. Com elas irei contar-vos mais um dos meus sonhos. Ou melhor, dos meus pesadelos! Serão umas palavras soltas maiores do que as habituais e, mais adiante, irão entender porquê. Acho que todos os miúdos têm alguma coisa que os deixa com medo. Alguns simplesmente com medo e outros com mais do que medo. Terror! Há uns dias atrás (talvez há uns meses), falei-vos do meu pesadelo com bruxas. Mas não tinha só esse pesadelo. Para juntar às bruxas eu temia um outro ser, mas desta vez mitológico, se é que o posso denominar como tal. Eu temia os gigantes! Mas a esses eu só temia nos meus sonhos e não durante a realidade acordada. Na minha realidade sonhada os gigantes deixavam-me muito aflita. Sei que parece que estou a contradizer-me mas, como eu vivia tão intensamente os meus sonhos, eram como se fossem realidade, uma realidade sonhada! E nessa realidade sonhada os gigantes surgiam sem eu estar a contar. Normalmente estava muito sossegada a falar com outras pessoas. E, de repente, ouviam-se uns sons fortes, se fossem bombas, e sentia-se o chão a tremer. Depois, uma mão enorme começava a sua caça atrás de nós. E todos subíamos a escadaria da casa dos meus avós a correr para escondermo-nos dele. Mas quando eu estava quase a chegar ao cimo das escadas parecia que alguma coisa me atrasava e aí a aflição aumentava mesmo muito! E tentava agarrar a mão de alguém para me ajudar a chegar ao esconderijo mas os dedos escorregavam e eu caía. E, quando o gigante estava mesmo quase a agarrar-me, acordava! Eu aproveitava esse acordar para respirar fundo e voltar a adormecer. Em algumas noites aproveitava, também, para beber um pouco de água. Mas ficava mesmo mais calma depois de despertar daquela realidade sonhada. E, naquela altura, com aquela idade, eu achava que eles nunca haviam existido e que, por isso, não havia necessidade de correr no escuro para fugir da mão de um gigante. Mas depois vim a descobrir que eles já existiram mesmo! Ou será uma ilusão de óptica?! Mas isso já são outras palavras soltas que deixo nas vossas mãos.
Esqueleto de um gigante (National Geographic).
Ana Reis






Hoje as palavras soltas serão soltas como das outras vezes. Com elas irei contar-vos mais uma das minhas peripécias de infância. Com elas irei contar-vos mais um dos meus sonhos. Ou melhor, dos meus pesadelos! Serão umas palavras soltas maiores do que as habituais e, mais adiante, irão entender porquê. Acho que todos os miúdos têm alguma coisa que os deixa com medo. Alguns simplesmente com medo e outros com mais do que medo. Terror! Há uns dias atrás (talvez há uns meses), falei-vos do meu pesadelo com bruxas. Mas não tinha só esse pesadelo. Para juntar às bruxas eu temia um outro ser, mas desta vez mitológico, se é que o posso denominar como tal. Eu temia os gigantes! Mas a esses eu só temia nos meus sonhos e não durante a realidade acordada. Na minha realidade sonhada os gigantes deixavam-me muito aflita. Sei que parece que estou a contradizer-me mas, como eu vivia tão intensamente os meus sonhos, eram como se fossem realidade, uma realidade sonhada! E nessa realidade sonhada os gigantes surgiam sem eu estar a contar. Normalmente estava muito sossegada a falar com outras pessoas. E, de repente, ouviam-se uns sons fortes, se fossem bombas, e sentia-se o chão a tremer. Depois, uma mão enorme começava a sua caça atrás de nós. E todos subíamos a escadaria da casa dos meus avós a correr para escondermo-nos dele. Mas quando eu estava quase a chegar ao cimo das escadas parecia que alguma coisa me atrasava e aí a aflição aumentava mesmo muito! E tentava agarrar a mão de alguém para me ajudar a chegar ao esconderijo mas os dedos escorregavam e eu caía. E, quando o gigante estava mesmo quase a agarrar-me, acordava! Eu aproveitava esse acordar para respirar fundo e voltar a adormecer. Em algumas noites aproveitava, também, para beber um pouco de água. Mas ficava mesmo mais calma depois de despertar daquela realidade sonhada. E, naquela altura, com aquela idade, eu achava que eles nunca haviam existido e que, por isso, não havia necessidade de correr no escuro para fugir da mão de um gigante. Mas depois vim a descobrir que eles já existiram mesmo! Ou será uma ilusão de óptica?! Mas isso já são outras palavras soltas que deixo nas vossas mãos.
Esqueleto de um gigante (National Geographic).
Ana Reis




"Today these words will be words like the other times that I wrote them. By them I will tell you another of my childhood adventures. By them I'll tell you another of my childwood dreams. My nightmares! These words will be larger than usual and later you will understand why. I think tha all kids have something that scares them. Some of them can simply be afraid and others have more than fear. They can be terrified! A few days ago (maybe a few months), I told you about my nightmare with witches. But that isn't the only nightmare that I had in my childwood. To join the witches I feared another being, but this time a mythological being, if that can be called as such. I feared giants! But I only feared them in my dreams and not in reality while I was awake. In my dream reality giants left me very upset. I know it sounds like I'm contradicting myself, but I lived so intensely my dreams as if they were really a dream come true! And in this dream reality giants appeared without telling me. In my dreams I was usually talking to other people. And suddenly, we could hear some loud sounds as if they were bombs and we felt the ground shaking. Then a huge hand, began their hunt behind us. And all of us started to climb the stairs of my grandparents' house running to hide in it. But when I was almost at the top of the stairs it seemed that something was delaying me. So the stress started to increase! And I was trying to grasp the hand of someone to help me to get to the hideout but his fingers slipped and I fell. And when the giant was even about to grab me... I woke up! I enjoyed that waking up to breath and to get back to sleep. Some nights I enjoyed to drink some water. But I was more calm after waking from that dream reality. And at that time, at that age, I thought that giants never existed and that therefore there was no need to run in the dark to escape from the hand of a giant. But somo years later I discovered that they have even existed! Or is it an optical illusion? But these are already another kind of words that I left in your hands."
Ana Reis

Skeleton of a giant (National Geographic).


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