Porque hoje apetece-me escrever. Escrever sem uma ordem. Escrever sem um sentido ou lógica. Quero escrever porque sim. E este porque sim tem muita força. A chuva hoje deu-nos tréguas. Ontem também pudemos contemplar o nosso maravilhoso sol. Cada raio solar atravessa-nos a pele e produz uma reacção em cadeia no nosso organismo. As partículas de colesterol são utilizadas no fabrico de uma molécula denominada 7-dehidrocolesterol. A epiderme é o cenário desta peça de teatro de cariz bioquímica. Os raios solares Ultravioletas tipo B penetram-na gentilmente, sem que se aperceba disso. Atravessam-na com pézinhos de lã. Calçam as suas pantufas como se fossem dormir, os matreiros. Na sua travessia a radiação é transformada em pré-vitamina D. A viagem continua pelos longos e sombrios caminhos do corpo humano. Chega ao Fígado. Neste sofre longas transformações. Mas não sendo estas suficientes volta a viajar e a próxima paragem é nos Rins. Ah! Os grandes purificadores do nosso organismo! E é aqui que a pequena molécula atinge o auge da sua viagem e passa a ser tratada por Vitamina. Assim foi um segundo do nosso dia de sol descrito pela bioquímica interna do corpo humano. Hoje o fenómeno voltou a repetir-se da parte da manhã. Pensando bem o nosso corpo é um trabalhador exímio. Ah! Hoje só me apetece escrever. Escrever apenas umas linhas. E tento aperceber-me do movimento de cada dedo. Cada falange move-se de forma coordenada e finamente para teclar cada letra de cada palavra. Mas este movimento fino tem origem nos comandos, por vezes indecifráveis, do cérebro. Mas isso já são outras palavras soltas.
Era uma vez... (ou podiam ser duas ou três) Uma velha que vivia dentro de um sapato. Mas não era um sapato qualquer! Era uma bota com alguns remendos a descoser. A morada dela era como que encantada e bela. Nas cartas que costumava escrever podia ler-se: Rua Sapato-bota, número quarenta e meio, Uma velha ao vosso serviço sem medo do alheio. Quando a primavera se lembrava de aparecer todos paravam para ver O jardim maravilhoso que aquela bota tinha. Tinha árvores e flores sem fim, E cheiros maravilhosos que se espalhavam por todo o jardim! O portão era pequeno e engraçado e estava um pouco enferrujado. O seu ferro foi envelhecendo com o passar do tempo. E sempre que o abriam era possível saber Quem lá entrava pelo barulho que ele costumava fazer. E o seu telhado era um pouco inclinado. As suas paredes já estavam um pouco gastas do tempo. E a porta estava sempre aberta para quem quisesse lá entrar. E muitos eram os que queriam a velha visitar! No seu...
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