Avançar para o conteúdo principal

Palavras soltas (Amsterdam/Amsterdão)




As palavras soltas de hoje falam sobre viajar. Um dia vou pedalar pelas ruas de Amsterdão. Ou assistir ao musical Cats em Londres. Ou percorrer a Route 66 em cima de uma mota. Um dia vou até Amsterdão comprar um cesto de bicicleta cheio de tulipas amarelas (as minhas flor e cor favoritas) e percorrer todas as suas ruas como se não houvesse amanhã. Passo nas coffee shops e continuo a pedalar. Quero conhecer-te Amsterdão pela velocidade que a minha bicicleta, alugada ou não, atinge. Na verdade, continuo a pedalar para poder viver-te mais. Quero saber como é viver como ou outros, que em ti moram. Quero sentir o cheiro das tulipas que levo no meu cesto e, de olhos fechados, pensar: "Como é bom estar aqui!". Quero saber dizer que a loja x ou y fica mesmo no virar da esquina w ou k. Quero saber-te de cor mesmo de olhos fechados. Quero conhecer as tua entranhas como só se conhece pedalando. Quero saber qual é a sensação de fechar os olhos e pedalar de braços abertos. Apenas eu, a minha bicicleta e as minhas tulipas. Sendo que as últimas são mesmo minhas. Van Gogh. Estaciono a minha bicicleta no museu de Van Gogh. Alimento-me da sua arte. Não é preciso muito mais. O meu corpo alimenta-se de ti, Amsterdão. Continuo a pedalar mais um pouco como se ainda não te conhecesse o suficiente. Tiro os pés dos pedais e deixo-me guiar pela velocidade. Rio-me para cada pessoa que por mim passa. O cheiro a tulipas acompanha-me. Já não sei cheirar-te de outra forma, Amsterdão. E eu não quero cheirar-te de outra forma. Sorrio. Acho que começo a sentir-te uma parte de mim. Bem, mas estas já são outras palavras soltas. Ana Reis




Today my words talk about traveling. One day I will ride a bicycle through the streets of Amsterdam. Or watch the musical Cats in London. Or ride Route 66 on a motorcycle. One day I'm going to Amsterdam to buy a bicycle basket full of yellow tulips (my favorite flower and color) and go through all its streets as if there's no tomorrow. I see the coffee shops and continue riding my bicycle. I want to know you Amsterdam by the speed of my bike, rented or not. In fact, I continue riding it so I can live you more. I want to know how it's like to live like the people who lives in you. I want to smell the tulips I carry in my basket and, with my eyes closed, think: "It's great being here!". I want to know where every single store is and every single corner. I want to know you even with my eyes closed. I want to know your insides and riding a bicycle it's the only way. I want to know what it feels like to close my eyes and just go riding my bicycle with open arms. Just me, my bike and my tulips. The last ones are really mine. Van Gogh. I park my bike at the Van Gogh museum. I feed myself from his art. I don't need much more. My body just needs you, Amsterdam. I continue riding a little more as if I don't know enough of you. I take my feet off the pedals and let myself be guided by the speed of my bicycle. I smile for every person that passes through me. The smell of tulips stills there with me. I can't smell you on any other way, Amsterdam. And I don't want to smell you on any other way. I smile. I think I'm beginning to feel that you're finally a part of me. Well, but these are already another kind of words. Ana Reis

Comentários

Mensagens populares deste blogue

A Velha que vivia num sapato (Versão portuguesa (portuguese version))

Era uma vez... (ou podiam ser duas ou três) Uma velha que vivia dentro de um sapato. Mas não era um sapato qualquer! Era uma bota com alguns remendos a descoser. A morada dela era como que encantada e bela. Nas cartas que costumava escrever podia ler-se: Rua Sapato-bota, número quarenta e meio, Uma velha ao vosso serviço sem medo do alheio. Quando a primavera se lembrava de aparecer todos paravam para ver O jardim maravilhoso que aquela bota tinha. Tinha árvores e flores sem fim, E cheiros maravilhosos que se espalhavam por todo o jardim! O portão era pequeno e engraçado e estava um pouco enferrujado. O seu ferro foi envelhecendo com o passar do tempo. E sempre que o abriam era possível saber Quem lá entrava pelo barulho que ele costumava fazer. E o seu telhado era um pouco inclinado. As suas paredes já estavam um pouco gastas do tempo. E a porta estava sempre aberta para quem quisesse lá entrar. E muitos eram os que queriam a velha visitar! No seu

Palavras Soltas (01/04/2014 Dinâmica de grupo: O Abrigo Subterrâneo)

As palavras soltas de hoje vão falar de memórias. Hoje estive a arrumar o meu sótão, em todos os sentidos, e consegui encontrar as coisas mais maravilhosas por lá perdidas e, algumas, esquecidas. Vou tentar partilhar convosco algumas delas ao longo do tempo, pelo menos as mais relevantes e, de certa forma, engraçadas. A memória de hoje vai para o meu último ano de Licenciatura. Tinha uma disciplina com o nome Dinâmica de Grupos que era bastante interessante por interagíamos muito uns com os outros e tentávamos funcionar como um grupo. Acho que foi um bom trabalho para aprendermos a trabalhar em equipa. Se bem que na prática as coisas não são tal e qual a teoria. Um dos desafios que nos foram lançados ao longo do semestre foi a dinâmica: O Abrigo Subterrâneo. E vou lançar-vos o desafio também. "Imaginem que uma cidade no mundo está sob ameaça de ser bombardeada. Aproxima-se um homem de nós e solicita-nos que tomemos uma decisão imediata. Existe um abrigo subterrâneo que só pode

Banco Mealheiro em madeira Pintado à mão