As palavra soltas de hoje falam sobre uma menina de face vermelha. No outro dia estava a trabalhar e apareceu uma menina loirinha e muito branca acompanhada por um senhor que suspeitei que fosse o seu pai. Ela vinha com a sua face vermelha e trazia uma expressão chateada. O "pai" falou para mim e apresentou-me a situação que o trazia ali. A menina fora com os tios à praia e eles esqueceram-se de repor (vamos pensar que foi repor) a camada de protector solar necessária para quem vai um dia inteiro para a piscina. Realmente as suas faces estavam bem rosadas (vermelhas) do sol que ela havia apanhado entre mergulhos e gargalhadas numa tarde de piscina com os primos. Expliquei-lhe porque ficou assim. Contei-lhe a história da água reflectir os raios solares. E blá blá blá... E ela esteve atenta às minhas palavras. Depois de ter-lhe explicado tudo ela disse-me: "O meu padrasto não já me explicou isso tudo." A menina não teria mais do que 7 ou 8 anos. Se tivesse tanto. Os olhos dela eram muito expressivos. Podia ver o seu sorriso através deles. Pediu-me ajuda com os olhos. Falei dos hidratantes normais e de como é importante que beba muita água e que aplique um bom protector solar durante o dia na cara. Falei com a sua mãe ao telefone a partir do telemóvel do seu padrasto. Era uma boa mãe que estava do outro lado. Senti-lhe na voz. Fui até ao outro lado ver o produto que eu achava estar mais indicado. A mãe falara-me do facto de a filha ter pele atópica. É preciso ter sempre um cuidado especial com esse tipo de pele. Nem um minuto havia passado quando olhei para o lado e deparei-me com a menina de face vermelha diante de mim. Disse-me: " O meu pai... este pai(!) disse que eu tenho pele atópica e que esta pele vai sair... mas eu não quero que a minha pele saia." Ela estava mesmo desgostosa. Os seus olhos já não sorriam. Os seus olhos emitiam um pedido de ajuda que me fez sentir o coração apertado. Mas olhei-a de frente e disse-lhe: "Fica descansada que vamos hidratar tanto a tua pele com este creme que ela não vai sair! Tens que fazer tudo como eu te vou dizer, ok?" Acenou afirmativamente com a cabeça. Vi nos lhos dela medo e esperança. Quando chegamos junto ao "pai" dela ela encostou-se a ele e disse-lhe que sentia-se muito feliz por ele ir com ela no dia seguinte à piscina, pois sabia que se ele estivesse com ela nesse dia não teria permitido que aquilo lhe tivesse acontecido. Depois de tudo explicado ela olhou para o senhor que estava no balcão de atendimento logo a seguir ao meu. E só a ouço perguntar: "O senhor também foi à piscina e apanhou um escaldão na cara?" Gargalhamos todos em uníssono. O senhor tinha uma cor avermelhada na sua pele mas era a sua cor natural. Os miúdos têm uma capacidade fantástica para fazerem associações rápidas. O senhor, depois de se rir, respondeu-lhe: "Isto é do vinho!" Resposta, igualmente, demasiado automática. Ela ficou a olhar para o senhor ainda sem perceber muito bem se era escaldão ou não e, muito menos, o que quereria ele dizer ao falar de vinho. Voltou a perguntar se a pele lhe ia sair. Voltamos, desta vez em conjunto, a tentar confortá-la. Acho que não tivemos grande sucesso. Podia sempre ter-lhe dito, da mesma forma automática, que poderíamos colar todos os pedaços da sua pele novamente no sítio mas isso já seria imaginação a mais. E espero que cuidem das vossas crianças! Bem, mas estas já são outras palavras soltas. Ana Reis
Today my words talk about a girl with red face. On the other day I was working and a very white blond girl came along with a gentleman whom I suspected was her father. She had her face red and an annoying look. Her "father" spoke to me and introduced me to the situation that brought him there. The girl went to the beach with her uncles and they forgot to put again (let's think it was to put again) a new layer of sunscreen needed for anyone who goes a full day to the pool. Really, her cheeks were very rosy (red) from the sun she'd caught between dives and giggling in an afternoon in the pool with her cousins. I explained to her why she was like rosy. I told her that water reflects the sun's rays. And blah blah blah ... And she was listening to my words. After I explain everything to her, she told me, "My stepfather have already explain all those things to me." The girl aren't more than 7 or 8 years. And she could have less. Her eyes were very expressive. I could see her smile through them. She asked me for help with her eyes. I talked about normal moisturizers and how important it is to drink water and to apply a good sunscreen during the day on her face. I spoke to her mother on her stepfather's cell phone. There was a good mother on the other side. I felt it in her voice. I went to the other side to see the product that was more appropriated. Her mother had told me that her daughter had atopic skin. And in that case we should be carefull about our choices. Not even a minute had passed and the the red-faced girl was right before me. She said: "My father ... this father (!) said that I have atopic skin and that this skin will come out ... but I don't want my skin to come out." She was really scared. Her eyes no longer smiled. Her eyes sent me a cry for help that made my heart hurt. But I looked straight at her and said, "I assure you that we will hydrate your skin so much with this cream that your skin will not come out! You have to do everything as I'll tell you, okay?" She said yes with her head. I saw in her eyes fear and hope. When we got nest to her "father" she leaned against him and told him that she was so happy because he would go with her in the next day to the pool, because she knew that if he was with her in that day he wouldn't have allowed that happened to her. After all explained, she looked at the man in the desk next to mine. And I just hear her ask, "Did you also go to the pool and get your face reddish?" We all laughed in unison. He really had a reddish color on his skin but it was his natural color. Kids have a fantastic ability to make quick associations. After he finished laughing, he said to her, "This is from the wine I drink!" That's an answer too automatic. She stared at him trying to see if his redness was from the sun and trying to figure out what he meant when he spoke about wine. She asked one more time if her skin would fall. We explained, this time together, trying to comfort her. I don't think we were very successful. I could told her that we could stick all the pieces of her skin back into their places, but that would be too much Scientific Fiction. So take care of your children please! Well, but these are already another kind of words. Ana Reis
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