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Palavras soltas (Moustache/Bigode)



As palavras soltas de hoje podiam escrever sobre mil e uma coisas. As palavras soltas de hoje podiam falar sobre os atentados que têm ocorrido pelo mundo. Poder podiam mas hoje as palavras soltas vão falar sobre o meu diálogo com o meu pai. O meu pai tem um feitio engraçado. O meu pai tem um feitio engraçado e eu gosto muito dele. O meu pai tem um cadeirão que é o seu lugar preferido para descansar após um longo dia de trabalho. Nesse cadeirão ele costuma tirar longas sestas. Às vezes, sinto vontade de dormir só de observá-lo. Não sei o que sonha. Não sei se sonha, sequer. Só consigo ver que o seu sono é profundo e tranquilo pela sua face sem expressão. Hoje, tal como todos os dias, cheguei do trabalho e pousei a minha carteira no cadeirão. Preparei-me para voltar a sair de casa e, quando regressei, coloquei a minha mochila no cadeirão. Fui tomar um banho bem quente porque a chuva "molha tolos" deixou-me gelada. Toda eu tremia quando entrei no chuveiro. A água quente aqueceu-me de imediato. Quando estou no chuveiro adoro fechar os olhos e pensar em nada. Limpo a minha mente de pensamentos. Faço uma limpeza à mente e ao corpo, em simultâneo. Quando saí do meu banho só ouço a voz do meu pai: "... mochila!" Abro a porta e tento perceber o que ele está a dizer sobre a minha mochila. "Tirei a mais pequena e agora tenho aqui a grande!" Dei uma risada contida. Resolvo falar: "Cresceu! A mochila cresceu!" Bem tentei ser engraçada e lançar a piada mais seca que me ocorreu mas o meu pai continuou: "Fui eu?! ... Estás a dizer que não foste tu e que fui eu?!" Não era nada daquilo que eu queria dizer mas estava difícil continuar a falar quando a vontade de gargalhar era cada vez maior. Continuei: "Cresceu! Tinhas uma mochila pequena e ficou maior!" Será que foi desta que percebeu?! Só o ouço dizer: "Esta rapariga agora diz que fui eu!" Desisti. Saí a rir do quarto de banho. A minha mãe cruza-se comigo e diz-me, também a conter o riso: "Eu percebi o que lhe querias dizer mas ele não conseguia ouvir bem!" E eu disse à minha mãe: "Parecia uma conversa de louco!" Mas só tu para me fazeres rir desta forma, pai. Ah, e tens um bigodinho tão bom para pendurar balões! (risos) Bem, mas estas já são outras palavras soltas. Ana Reis


Today my words could write about a thousand things. Today my words could talk about the attacks that have happen all around the world. I could but today my words will talk about a dialogue between me and my father. My father has a funny temper. My father has a funny temper and I really like him. My father has a highchair that is his favorite place to rest after a long day at work. In this highchair he often takes long naps. Sometimes I feel a little sleepy just by watching him. I don't know what is he dreaming. I don't know if he is dreaming at all. All I can see is that his sleep is deep and calm by his expressionless face. Today, just like every day, I got home from work and laid my wallet in the highchair. I got ready to leave the house again, and when I returned I put my backpack in the highchair. I went to take a hot bath because the rain "the rain that only wet fools" left me cold. I shivered when I entered the shower. The hot water warmed me at once. When I'm in the shower, I love to close my eyes and think of nothing. I clear my mind of thoughts. I clear my soul and body at the same time. When I came out of my bath I only heard my father's voice: "... backpack!" I open the door and try to figure out what he's saying about my backpack. "I took the smallest one and now I have the big one!" I chuckled. I decide to say: "It has grown! The backpack has grown!" Well, I tried to be funny and throw the driest joke I could think of, but my dad continued, "Was it me ?! ... You're saying it wasn't you and that was me ?!" It wasn't anything I wanted to say to him, but it was hard to keep talking when all I wanted to do was laugh. I continued: "It grew up! You had a small backpack and now you got a bigger one!" Maybe this time he understands what I was trying to tell him. I only hear him say, "This girl is saying that it was me!" I gave up. I laughed while I was getting out of the bathroom. My mother crosses with me and tells me, also trying to hold back the laugh: "I realized what you wanted to say but he couldn't hear you!" And I said to my mother, "It sounded like crazy talk!" And only you can make me laugh like that, Dad. And you have such a good mustache to hang balloons! (Laughs) Well, but these are already another kind of words. Ana Reis

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