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Palavras soltas (15/04/2014 Ursos de peluche/ Teddy Bear)


As palavras soltas de hoje estão pouco inspiradas. Aliás, estão muito pouco inspiradas! Mas mesmo sem inspiração alguma as palavras soltas de hoje resolveram soltar-se na mesma. Talvez por me sentir, ainda, exaurida as palavras não me saiam com a fluidez habitual. Mas vou tentar deixá-las fluir... Estranhamente, hoje apetece-me escrever sobre ursos de peluche. Quem nunca teve um ursinho muito fofinho e querido na sua cama ou em cima do seu guarda-fatos? Ou na janela do quarto ou da sala? O urso de peluche deve ter feito parte da infância de qualquer um de nós. E quantas histórias esse ursinho ouviu! Quantas lágrimas sentiu cairem no seu pêlo! Quantos abraços apertados e sentidos não terá sentido! Um urso de peluche é sempre um grande companheiro. Alguns serviram de saco de boxe! Outros ficaram sem um ou sem os dois olhos, sem uma orelha ou sem o nariz,... E a boca, em alguns somente uma linha, a cair, a descoser fazia-o ficar com um ar triste. Quantos ursos de peluche tinham o típico penso feito com um pouco de gaze e adesivo como os que se encontravam nos cartazes promocionais nos Centros de Saúde antigos. Lembro-me perfeitamente de ir ao Centro de Saúde com o meu avô e de sentarmo-nos nas cadeiras na sala de espera e, mesmo à minha frente, estava sempre o mesmo cartaz: uma menina ou menino, já não consigo precisar o sexo, agarrada/o a um urso de peluche com um penso na cara. E que maravilhosa imagem era aquela! Quem nunca fez, ou assistiu, uma "operação" ao seu urso de peluche? O urso de peluche é um símbolo e, até, o amigo invisível que algumas pessoas não tiveram! E que felicidade saber que à noite não iríamos dormir sozinhos porque o nosso urso esperava-nos em cima da nossa cama. E que noite de sonhos, com lutas contra vilões e bruxas más, era aquela na companhia do nosso ursinho. E o nosso fiel amigo sofria um apertão de cada vez que nos assustávamos durante o sono. Fazia-nos sentir mais seguros. E que bom que eram os sonos partilhados com o nosso urso de peluche! O urso de peluche também serviu de arma de arremesso para muitos irmãos. As desavenças de irmãos, caso não existisse nada mais próximo, eram resolvidas com lutas de ursinhos. E alguns ursinhos acabavam sem um braço ou uma perna. E a avó acabava por resolver esse problema e o urso de peluche voltava a ficar como novo! Quantas recordações têm vocês dos momentos que viveram com o vosso urso de peluche? E quantos de vocês, que nunca tiveram um, ficaram agora com vontade de ter ou, pelo menos, de ter tido? E, apesar de não ser um ser animado, de não falar nem pensar, de não se mover ou sequer pestanejar, este urso de peluche já foi, e continua a ser, o melhor amigo de muitas crianças por todo o mundo! E há quem ache que um urso de peluche bem fofinho até apetece trincar! Mas depois ficamos com a boca cheia de pêlos! Bem, mas isso já são outras palavras soltas.
Ana Reis



"The words of today are uninspired. Incidentally, are very uninspiring! But even uninspired some of these words decided to fly anyway. Maybe because I feel exhausted these words don't get out of my head as usual with fluidity. But I'll try to let them flow as normal... Strangely, today I would like to write about teddy bears. Who hasn't had a very dear and fluffy teddy bear on your bed or on the top of your wardrobe? Or in the bedroom window or in the living room window? The teddy bear must have been part of any of us in our childhood. And how many stories this teddy heard! How many tears he felt fallen on his fluffy body! How tight hugs and with feeling does he feel! A teddy bear is always a great companion. Some served as a punching bag! Others were left without one or both eyes, without an ear or a  nose, without a mouth... And in some his only one line mouth, wich fell or unpicked, made ​​him look like he was sad. How many teddy bears had the typical napkin made with a bit of gauze and adhesive as those who were in the promotional posters in the old Health Centers. I remember distinctly  going to the Health Center with my grandfather and sit in the chairs in the waiting room and in front of me was always the same poster: a girl or boy, I can't remember the sex type, clinging to a teddy bear with a bandage on his face. And how wonderful was this picture! Who never did, or watched an " operation " to his teddy bear? The teddy bear is a symbol, and even the invisible friend that some people have had! And how happy we felt knowing that we wouldn't sleep at night alone because our bear was waiting for us upon our bed. And what a night with dreams, with fights against villains and evil witches, was that in the company of our teddy bear. And our faithful friend suffered a squeeze every time we feel scared during our sleep. He made us feel safer. And how good were the slumbers shared with our teddy bear! The teddy bear also served as a weapon for many brothers. The quarrels between brothers, if there was nothing nearer, were solved with Teddy struggles. And some bears ended without an arm or a leg. And grandma would, eventually, solve this problem and the teddy bear turned to be like new! What memories do you have of that time lived with your teddy bear? And how many of you, who have never had one, were now willing to have one? And, although he isn't an animated being, he doesn't speak or think, he doesn't move or even blink, this teddy bear has been, and remains, the best friend of many children around the world! And there are some people who think that a cuddly teddy bear makes us want to take a bite! But then we finish with our mouth full of hair! Well, but that are already another kind of words."
Ana Reis

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