As palavras soltas de hoje falam sobre labirintos. Todas as noites fecho os meus olhos e deixo que a minha cabeça repouse na minha almofada. Todas as noites deixo um suspiro a repousar na minha almofada enquanto vou caminhando por entre as paredes de um labirinto escuro. Não há nada que me rodeie. Só silêncio. Apenas silêncio. Paira no ar uma bruma de silêncio. E vejo-me no meio de um mundo vestido de preto opaco. Sem linhas ou traços visíveis. As únicas linhas que poderia encontrar são as cicatrizes que a vida me foi dando e, mesmo estas, não aparecem neste meu caminho escuro. Não há sol, nem vento. Sigo para uma estrada bem distante. O tamanho da escuridão começa a fazer sentir-me pequena. Distante. Pequena e distante. Ainda olho para trás. Não resta nada para além de escuridão. E, de repente, vejo-te. O teu rosto parece-me estranho. Trazes um sorriso triste desenhado nos teus lábios. Corro para ti. Corro contra o tempo e contra a solidão daquele labirinto. Corro para ti mas os teus braços não se abrem. Corro através dos anos contando os dias, as horas, os segundos. E, quando penso que não sei bem para onde corro, tu abres os teus braços. Abraço-te. E fico naquele abraço para sempre. Olho o teu rosto. Sorrio. E vejo o mais belo sorriso minuciosamente desenhado nos teus lábios. Bem, mas estas já são outras palavras soltas. Ana Reis
Today my words talk about mazes. Every night I close my eyes and let my head rest on my soft pillow. Every night I let a sigh resting on my pillow as I walk through the walls of a dark labyrinth. There is nothing around me. Only silence. Just silence. A haze of silence hangs in the air. And I see myself in the midst of a world clothed in opaque black. I can't see any visible lines or traces. Scars are the only lines that I could find there but even those don't appear on my dark path. There is no sun or wind. I follow a road that seems to lead me nowhere. The darkness' size begins to make me feel small. Distant. Small and distant. So I look back. There is nothing left but darkness. And suddenly, I see you. Your face looks strange to me. You bring a sad smile drawn on your lips. I run to you. I run against time and against the solitude of that labyrinth. I run to you but your arms aren't open. I run through the years counting the days, the hours, the seconds. And when I think I'm not sure where I'm going, you open your arms. I hold you tight. And I stay in that embrace forever. I look at your face. I smile. And I see the most beautiful drawn smile on your lips. Well, but these are already another kind of words. Ana Reis
Comentários
Enviar um comentário