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Palavras soltas (Kisses on the cheek/ Beijos na face)


As palavras soltas hoje falam sobre beijos na face. Algumas palavras são como beijos. Como se tivessem boca. Palavras doces. Palavras nuas. Palavras que beijas. Palavras coloridas. E, quando a noite perde o seu rosto na sua própria penumbra, ouvem-se palavras que se recusam. Palavras esperadas e inesperadas. Palavras que soam a poesia. Palavras que sabem a amor. E a que sabe o amor?! Não fosse o amor um sentimento com sabor a mel e/ou a fel. Quero adormecer junto a ti ou, pelo menos, beijar-te. Beijar-te na face. Não com palavras. Mas com os meus lábios ligeiramente rosados. Penso que os meus sinais são percetíveis pelos teus sentidos. Não são precisas palavras. Encosto o meu ombro ao teu. Espero. Espero um sinal. Espero uma luz verde no semáforo da tua expressão corporal para que eu possa interpretar uma resposta. Não passa da luz vermelha, embora por momentos eu tenha visualizado um amarelo alaranjado. Envergonhado. Fechado. Escondido. Ou, simplesmente, ignorando e não partilhando o mesmo querer. Bem, mas estas já são outras palavras soltas. Ana Reis


Today my words talk about kisses on the cheek. Some words are like kisses. As if they had a mouth. Sweet words. Naked words. Words that you kiss. Colorful words. And when the night loses its face in its own twilight, refusing words are heard. Expected and unexpected words. Words that sounds like poetry. Words that tastes like love. And who knows what is the taste of love?! And love tastes like honey and / or gall. I want to fall asleep next to you or, at least, to kiss you. To kiss you on the cheek. Not with words. But with my slightly pink lips. I think my signs are perceptible by your senses. You don't need words. I put my shoulder closed to yours. I wait... I'm waiting for a sign. I expect a green light at traffic lights of your body expression so I can get an answer. It's just red light, although sometimes I've seen an orange-yellow light. Embarrassed. Closed. Hidden. Or simply ignoring and not sharing the same desire. Well, but these are already another kind of words. Ana Reis

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