As palavras soltas de hoje falam sobre hoje. E hoje podia muito bem ser um dia de Primavera. A temperatura assim o diz. Uma Primavera em finais de um Outono. Um Primavera em que as folhas caem, deixando a descoberto as carecas das árvores. O vento hoje não sopra. O sol brilha, como naqueles dias de Março, quentes. Como naqueles dias em que apetece vestir uma t-shirt mas a temperatura ainda não o permite. Quente mas não tão quente. Afinal, não é Verão. As nuvens são os únicos argumentos contra. Nem todas são brancas. Muitas apresentam manchas cinza disformes. Parece mesmo que um pincel as colocou lá. De propósito ou não, não sei. Mas não se trata de um borrão qualquer. Quem pintou sabia o que estava a fazer. Como qualquer pintor consciente. Consciente de que estamos num Outono primaveril. Ou numa Primavera outonal. Os entendidos saberão. Bem, mas isto já são outras palavras soltas. Ana Reis
Today my words talk about today. And today could be a spring day. The temperature says so. A spring in the ending of an autumn. A spring in which the leaves fall, exposing the baldness of the trees. The wind doesn't blow today. The sun shines, like on those hot March days. Like those days when all you want is to wear a t-shirt but the temperature still doesn't allow it. Hot but not enough to wear a t-shirt. After all, it's not summer. Clouds are the only arguments against it. But only a few aren't white at all. Some have misshapen gray spots. It seems as if a brush put them there. I don't know if it was on purpose or not. But it's not a blur at all. Who painted them knew what was doing. Like any conscious painter. Aware that we are in a spring autumn. Or in an autumnal spring. Wise people knows the answer. Well, but this is already another kind of words. Ana Reis
Era uma vez... (ou podiam ser duas ou três) Uma velha que vivia dentro de um sapato. Mas não era um sapato qualquer! Era uma bota com alguns remendos a descoser. A morada dela era como que encantada e bela. Nas cartas que costumava escrever podia ler-se: Rua Sapato-bota, número quarenta e meio, Uma velha ao vosso serviço sem medo do alheio. Quando a primavera se lembrava de aparecer todos paravam para ver O jardim maravilhoso que aquela bota tinha. Tinha árvores e flores sem fim, E cheiros maravilhosos que se espalhavam por todo o jardim! O portão era pequeno e engraçado e estava um pouco enferrujado. O seu ferro foi envelhecendo com o passar do tempo. E sempre que o abriam era possível saber Quem lá entrava pelo barulho que ele costumava fazer. E o seu telhado era um pouco inclinado. As suas paredes já estavam um pouco gastas do tempo. E a porta estava sempre aberta para quem quisesse lá entrar. E muitos eram os que queriam a velha visitar! No seu
Comentários
Enviar um comentário