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Palavras soltas (16/11/2016 - Tenda/Tent)



As palavras soltas de hoje pensam. É engraçado lembrar-me, agora, da minha adoração por acampamentos. Mas os meus acampamentos tão adorados são caseiros. Lembro-me perfeitamente de que tudo e mais alguma coisa era a desculpa perfeita para montar uma bela tenda. Mas não era uma tenda feita de tecidos todos XPTO's. Era uma tenda feita de cobertores e mantas que ia encontrando nos armários na casa dos meus avós. Mais tarde, continuei estas aventuras na minha casa. O meu primo era o meu companheiro de acampamento. Algumas vezes voluntário. Muitas vezes obrigado! E dava asas à minha imaginação. Bem, não era preciso dar-lhe muitas asas. A minha imaginação sempre teve o dom de voar, mesmo sem asas! E, no interior da nossa tenda feita de mantas e cobertores, enfrentávamos as maiores tempestades e os maiores criminosos sem nunca desistir. E, quando resolvíamos voltar ao mundo real e sair da nossa tenda, tudo estava no seu lugar, tal e qual como antes de entrar. Mesmo assim, a imaginação continuava a funcionar. Mesmo no exterior da tenda. Era necessário verificar o estado da tenda. Acrescentar uma mola aqui, ali e acolá, no caso de ser necessário tapar algum buraco. E aproveitávamos para repor os mantimentos. Ninguém consegue enfrentar uma tempestade ou derrotar um criminoso com a barriga vazia! Quando era chegada a hora de almoço, a minha mãe chamava-nos e, aí sim, tínhamos que desmontar todo aquele cenário fictício. Ia-se desmontando aos poucos,  porque a adrenalina nos nossos corações não nos permitia que fosse mais rápido. No final do dia tínhamos que arrumar todos os cobertores e mantas. E, nessa hora, descobríamos, sempre, que, afinal a nossa tenda não era, somente, feita de cobertores e mantas, estava igualmente recheada de sonhos. Bem, mas isto já são outras palavras soltas. Ana Reis

 

Today my words just think. It's kindof funny how I still remember all of my homemade camps. My beloved camps are homemade. I remember perfectly that everything and anything was the perfect excuse to build a beautiful tent. But it wasn't an hi-tech tent. It was a tent made of blankets that I found in the cabinets in my grandparents' house. Later, I continued these adventures in my house. My cousin was my camping mate. Sometimes voluntary. Many times because I told him to! And we gave wings to my imagination. Well, we didn't have to give her wings. My imagination always had the gift of flying, even without wings! And inside our tent made of blankets, we faced the biggest storms and the biggest criminals without ever giving up. And when we decided to return to the real world and leave our tent, everything was exactelly like before we got in. An so, the imagination just continued working. Even outside the tent. It was necessary to check the tent. Add a spring here and there in case we need to cover some holes. And we used to replenish the supplies. No one can face a storm or defeat a criminal with an empty stomach! When it was lunch time, my mother used to call us, and then we had to dismantle all that fictitious scenario. It was a gradually dismounting because the adrenaline in our hearts didn't allow us to be faster. At the end of the day we had to pack up all the blankets. And at that hour we always found out that our tent wasn't just made of blankets, it was as stuffed with dreams too. Well, but this is already another kind of words. Ana Reis

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