As palavra soltas de hoje falam. Falam mais alto do que o habitual. Falam mais alto mas não gritam. Apenas falam 1 decibel acima do normal. Talvez sejam, assim, mais audíveis. Talvez sejam, assim, mais perceptíveis. Talvez assim comecem a existir.Talvez o som não tenha sido feito para sair. Talvez o som não exista para fazer-se ouvir. Mas ouve-se. O som ouve-se. O silêncio, esse sim, não se ouve. Mas alguns silêncios incomodam muito mais do que muitos sons. E eu tenho, hoje e sempre, muitas palavras para te dizer. Algumas ditas outras não ditas. Umas outras nem sequer pronunciadas. Digo-as, agora, para dentro. As palavras são muitas e eu digo-te, sempre, apenas uma. És grande. És grande como alguns outros mas à tua maneira. És grande. Um grande homem com um grande coração. Um grande ser. E quando falas comigo dizes que nunca tenho nada para te dizer. Mas tenho. Eu tenho. Mas acabo sempre por, apenas, dizer-te uma palavra. E digo. E repito. Porque dizer-te tornou-se já aquele momento especial. Aquele momento só nosso. Aquele momento que é o momento de conversarmos. Um diálogo feito monólogo e um monólogo feito diálogo. E é tão bom falar contigo assim. Bem, mas isto já são outras palavras soltas. Ana Reis
Today my words just speak. And they speak louder than usual. They speak louder without crying. They only speak one decibel above normal. Maybe they are more audible. Maybe they are more noticeable. Maybe they begin to exist. Maybe the sound has not been made to come out. Perhaps the sound does not exist to be heard. But we hear it. The sound is heard. Silence is the only one we do not hear. But some silences bother much more than sounds. And I have, today and always, a lot of words to tell you. Some said other unspoken. Some weren't even pronounced. Now I tell them inside. And I have so many words and I always tell you just one. You are great. Are great as some others but on your own way. You are great. A great man with a big heart. A great being. And when you talk with me you always say that I never have anything to say. But I have. I have. But I always end up just telling you one word. I say it. And I repeat it. I think it happens because to tell this word to you it has already become that special moment. That moment that belongs only to us. That moment that is our moment to talk. A dialogue made monologue and a monologue made dialogue. And it's so good to talk to you like that. Well, but this is already another kind of words. Ana Reis
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