https://www.youtube.com/watch?v=obYCnrhibX4
As palavras soltas de hoje sentem-se estranhas. Há dias assim. Os meus músculos, hoje, apresentam uma tendência, quase natural, de mexerem-se involuntariamente. Ouço baterias por todo o lado a marcarem o ritmo da minha vida. Até o bater do meu coração faz com que o meu corpo sinta vontade de dançar ao seu ritmo. Um ritmo, por vezes, descontrolado. Um compasso que não marca os tempos com uma cadência que lhe seria própria da sua natureza. Hoje acordei. Acordei tal como faço todos os dias. Mas hoje acordei e dei um abraço à minha almofada. Estava com saudades dela. Estava com saudades do seu cheiro. Estava com saudades da sua textura, desde sempre, macia. Agarrei-a com os meus dois braços como se fosse uma despedida dolorosa ou um reencontro há muito aguardado. E soprei-lhe ao ouvido: "tinha saudades tuas". Ela não me respondeu mas eu sei que, bem lá no fundo das suas penas, ela também sentiu saudades minhas. E, neste abraço, perdi-me no tempo. Não sei por quanto tempo nos abraçamos. Não sei se foram horas ou apenas alguns minutos. O que eu sei é que não me apetecia largá-la. Nem mesmo sentindo todo o meu corpo com vontade de dançar ao ritmo da vida. Ao ritmo da minha vida e do meu coração. E as saudades crescem sempre que nos despedimos uma da outra. As saudades aumentam. Proporcionalidade direta que mais podia ser inversa. Apesar de estarmos todas as noites juntas e de estares no meu coração diariamente parece que estamos, sempre, demasiado longe uma da outra. E vivo os meus dias ansiosa por te reencontrar. És a minha confidente. A minha melhor amiga. A melhor das melhores! E esta noite vou sussurrar-te ao ouvido: "gosto muito de ti". Bem, mas isto já são outras palavras soltas. Ana Reis
https://www.youtube.com/watch?v=obYCnrhibX4
Today my words feel strange. There are days like that. My muscles have a tendency, almost natural, of fumbling up involuntarily. I hear drums everywhere playing the rhythm of my life. And my body wants to dance to the sound of the beat of my heart. A rhythm sometimes uncontrolled. A compass that doesn't mark the times with a cadence that's proper to its nature. Today I woke up. I woke up just as I do every day. But today I woke up and gave a big hug to my pad. I missed her. I missed her smell. I missed her soft texture has always. I grabbed it with both my arms like a painful farewell or a reunion so long awaited. And I blew in her ear: "I'd miss you." But she didn't answer me but I know that deep down in her feathers, she also missed me. And in this embrace, I lost myself in time. I don't know how long we hugged. I don't know if we were hugged for hours or minutes. What I do know is that I felt like I won't ever drop her. Not even feeling that all my body wanted to dance to the rhythm of life. To the rhythm of my life and my heart. And the longing grows from the time we said goodbye to each other till we're together again. The longing increase. Direct proportionality that could be, perfectly, reversed. Although we are together all nights and everyday in my heart we seem to be, always, too far apart. And everyday I live anxious to be with you again. You are my confidant. My best friend. The best of the bests! And tonight I will whisper in your ear: "I really like you." Well, but this is already another kind of words. Ana Reis
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