Avançar para o conteúdo principal

Palavras soltas (18/03/2016 - Contadores de histórias/Storytellers)






As palavras soltas de hoje sentem-se contadoras de histórias. Histórias. Histórias que nos enchem os dias sem darmos conta. Todos nós as temos. Todos nós as escutamos. Todos nós as fazemos. Todos nós somos e fazemos parte das histórias. Histórias. E quem as conta? Quem as conta não são mais do que contadores de histórias. Contadores de histórias que costumam sussurrá-las ao ouvido. Sussurram-nas no nosso ouvido para que mais ninguém as ouça. Mas acabam todos, todos os que querem, por ouvir. E não há problema nenhum porque as histórias são assim, não gostam de ficar fechadas nas nossas mentes, por vezes, pequenas para tantas histórias. Se eu pudesse escreveria todas as histórias em folhas de papel. Em post-its com super cola. E colaria cada um deles na testa das pessoas para que, de cada vez que nos cruzássemos na rua, parássemos um pouco a ler as histórias. Talvez assim começássemos a olhar e a reparar nas pessoas. Perdemos tanto tempo com coisas altamente supérfluas que, às vezes, sinto medo. E porque não perder um pouco do nosso tempo a olhar as pessoas nos olhos? Os olhos são o espelho da alma. Os olhos falam mais do que mil palavras. Os olhos falam mais alto. Talvez assim as histórias fossem mais especiais. Porque cada história é especial à sua maneira. Mas ninguém repara nisso porque não. Porque o tempo é escasso quando olhámos apenas para nós. E, muitas das vezes, nem é para nós que olhámos mas para todos os artifícios que nos rodeiam. Artifícios esses que, muitas das vezes, são meras distracções. E as pessoas têm alma e os artifícios não. Bem mas isto já são outras palavras soltas. Ana Reis 

Today my words are storytellers. Stories. Stories that fill our daily routine without anyone realize it. We all have stories. We all listen to stories. We all make stories. We are and we are part of the stories. Stories. And who used to tell them? Storytellers. Storytellers who often whisper them in our ear. Whisper them in our ear so no one else can hear. But in the end everyone, everyone that want to, can hear them. And there is no problem because stories don't like to be closed in our minds, because our minds are really small for so many stories. If I could I'd write all the stories on a paper. On post-its with superglue. And I would stick each one in the head of people so every time we cross the street, we stopped a bit to read the stories. Maybe it's a way to make us look and notice the people that use to surround us every single day. We lost so much time with highly superfluous things that, sometimes, I feel fear. And why can't we take a part of our time and use it to take a look at the eyes of the people? Eyes are the mirror of the soul. Eyes speak more than a thousand words. Eyes speak louder than anything. Maybe this is the only way to make stories more special. Because each story is special in its own way. But nobody notices it. Because time is too short when we only care about us. And, often, it is not about us but we only care about all the "things" that surround us. These "things" that are mere distractions. And people have souls and "things" don't. Well but this are already another kind of words. Ana Reis

Comentários

Mensagens populares deste blogue

A Velha que vivia num sapato (Versão portuguesa (portuguese version))

Era uma vez... (ou podiam ser duas ou três) Uma velha que vivia dentro de um sapato. Mas não era um sapato qualquer! Era uma bota com alguns remendos a descoser. A morada dela era como que encantada e bela. Nas cartas que costumava escrever podia ler-se: Rua Sapato-bota, número quarenta e meio, Uma velha ao vosso serviço sem medo do alheio. Quando a primavera se lembrava de aparecer todos paravam para ver O jardim maravilhoso que aquela bota tinha. Tinha árvores e flores sem fim, E cheiros maravilhosos que se espalhavam por todo o jardim! O portão era pequeno e engraçado e estava um pouco enferrujado. O seu ferro foi envelhecendo com o passar do tempo. E sempre que o abriam era possível saber Quem lá entrava pelo barulho que ele costumava fazer. E o seu telhado era um pouco inclinado. As suas paredes já estavam um pouco gastas do tempo. E a porta estava sempre aberta para quem quisesse lá entrar. E muitos eram os que queriam a velha visitar! No seu...

Palavras Soltas (01/04/2014 Dinâmica de grupo: O Abrigo Subterrâneo)

As palavras soltas de hoje vão falar de memórias. Hoje estive a arrumar o meu sótão, em todos os sentidos, e consegui encontrar as coisas mais maravilhosas por lá perdidas e, algumas, esquecidas. Vou tentar partilhar convosco algumas delas ao longo do tempo, pelo menos as mais relevantes e, de certa forma, engraçadas. A memória de hoje vai para o meu último ano de Licenciatura. Tinha uma disciplina com o nome Dinâmica de Grupos que era bastante interessante por interagíamos muito uns com os outros e tentávamos funcionar como um grupo. Acho que foi um bom trabalho para aprendermos a trabalhar em equipa. Se bem que na prática as coisas não são tal e qual a teoria. Um dos desafios que nos foram lançados ao longo do semestre foi a dinâmica: O Abrigo Subterrâneo. E vou lançar-vos o desafio também. "Imaginem que uma cidade no mundo está sob ameaça de ser bombardeada. Aproxima-se um homem de nós e solicita-nos que tomemos uma decisão imediata. Existe um abrigo subterrâneo que só pode...

Regressos / Returns

  As palavras soltas de hoje falam sobre regressos. Já há muito tempo que não as escrevo. E tanto tempo há que vocês não as leem. Por isso, hoje, resolvi escrevê-las. Estas pequenas palavras. Livres. Soltas. Tal como sempre vos habituei. E regressar traz sempre um sentimento agridoce. Tanto de excitação como de medo. As palavras soltas têm destas coisas. Sempre que escrevo deixo que seja o meu cérebro a comandar as minhas palavras. Ou serão as minhas palavras que controlam o cérebro?! Lidar com os pensamento enquanto escrevo é obrigatório. Não tenho escapatória possível. E, assim, regresso. Regresso ao meu mundo. Aquele mundo onde escrevo e desenho. Alio duas áreas da criatividade que sempre amei. E não me importo de viver aqui. Neste meu mundo de criatividade. Sinto-me abraçada sempre que o faço. Escrever. Desenhar. E regressar. Bem-vindas queridas palavras soltas! Que este seja um regresso para ficar. Bem, mas estas já são outras palavras soltas. Today's words will talk about ret...