As palavras soltas de hoje estão pensativas. Talvez em demasia. Ou talvez não. Existem medos em mim que não me deixam. Medos que não me querem largar. Talvez seja eu quem não os deixa partir. Talvez seja eu a responsável por manter a sua âncora presa no meu coração, na minha cabeça. Existem vozes que não quero deixar de ouvir. Tenho medo. Existem vozes que não quero deixar de ouvir e outras que não quero esquecer. Tenho medo. Existem caras que não quero deixar de ver. Tenho medo. Existem caras que não quero deixar de ver e outras que não quero esquecer. Tenho medo. Tenho medo que o medo me atraiçoe e acelere o processo de esquecimento natural. E o que fazer contra tal poder da natureza?! Tenho medo e não sei o que fazer contra isso. Talvez o melhor seja não pensar. Ou tentar não pensar. Tentar esquecer que tenho medo sem lembrar-me que me estou a esquecer. Difícil, não?! Além do mais existem cheiros que não quero que desapareçam e outros que não quero esquecer. Existem sorrisos que não quero que desapareçam e outros que não quero esquecer. Existem olhares que não quero que desapareçam e outros que não quero esquecer. Existem palavras e vozes que não quero perder e outras que não quero esquecer. Tenho medo, muito medo! Porque com o passar do tempo tudo vai perdendo cor, cheiro, expressão... Por mais que eu tente guardar e não esquecer sei que nada posso fazer para que não percam cor, cheiro, expressão... pelo menos enquanto eu pensar e respirar, até ao meu coração deixar de bater. Bem, mas isto já são outras palavras soltas. Ana Reis
Today my words are thoughtful. Maybe too much. Or maybe not. There are fears in me that won't let me. Fears that I don't want to let them go. Maybe it's because of me that they won't leave me. Maybe I am responsible for keeping their anchor attached to my heart, to my head. There are voices that I don't want to stop listening. I'm afraid. There are voices that I don't want to stop listening and others that I don't want to forget. I'm afraid. There are faces that I don't want to stop seeing. I'm afraid. There are faces that I don't want to stop seeing and others that I don't want to forget. I'm afraid. I'm afraid that my fear could betray me and accelerate the natural process of oblivion. And what can I do against this power of nature?! I'm scared and I don't know what I can do against it. May be it's better not to think. Or try not to think. Try to forget that I'm afraid without remind me that I am forgetting. Difficult, isn't it?! Moreover there are smells that I don't want to lose and others that I don't want to forget. There are smiles that I don't want to lose and others that I don't want to forget. There are looks that I don't want to lose and others that I don't want to forget. There are words and voices that I don't want to lose and others that I don't want to forget. I'm afraid... I'm so afraid! Because as time goes by everything lose color, smell, expression ... And as much as I try to
save and not to forget I know there's nothing I can do to stop this process of losing color, smell,
expression ... at least while I'm thinking and breathing, until my heart stop beating. Well, but this is already another kind of words. Ana Reis
Comentários
Enviar um comentário