Avançar para o conteúdo principal

Palavras soltas (04/05/2015 - Apenas/ Just)



As palavras soltas de hoje querem falar. Gosto quando te sentas diante de mim e limitas-te a estar sentado envolvido em mil e um pensamentos ou, talvez, em apenas um. Gosto quando te sentas diante de mim e ficas assim sentado enquanto eu tento descobrir os lugares por onde a tua mente viaja. Será que estás muito longe daqui? Olhas-me. E acho que não são precisas palavras para eu entender o que me queres dizer. Ou talvez sejam necessárias algumas. As palavras são tão secas, ocas, vazias... As palavras costumam falar por si mas algumas não. Algumas deixam pequenas gotas duvidosas a flutuar no ar. Condensadas. Formam-se nuvens. E as nuvens vão pairando no ar. Olhas o papel que tens diante de ti. Fechas a tua mente para mim. Deixo de entender tudo o que me queres dizer. Continuas a viajar pela tua mente. Voas para lugares impossíveis de atingir fisicamente. Leva-me contigo. Não me leves contigo. Tenho medo. Tenho medo de me perder. As viagens na minha mente são bem mais seguras. Olhas novamente para mim e apercebes-te do meu medo. Tenho o medo estampado no rosto. Talvez. Estampei-o numa estamparia qualquer. Levantas-te. Fica mais um pouco. Mas tu não ficas. Não porque me odeias. Mas porque não me queres assustar. Bem, mas isto já são outras palavras soltas. Ana Reis

Today my words want to talk. I love when you sit down there in front of me and you just stay there wrapped in a thousand and one thoughts or perhaps only in one. I like when you sit in front of me and so you stay seated while I try to figure out the places where your mind is. Are you far from here? You look at me. And I think we don't need any words to understand what you are trying to tell me. Or maybe we nedd a few. Words are so dry, hollow, empty, cold ... Words usually speak for themselves but some don't. Some leave little dubious drops floating in the air. Condensed. Clouds are formed. And the clouds will hang in the air. You look back at the paper in front of you. You close your mind to me. And I can't understand anything that you want to tell me. You start travelling again through your mind. Flying to places physically impossible to reach. Take me with you. No, don't take me with you. I'm afraid. I'm afraid of get lost. Travel in my mind are much more safe. You look back at me and you can see my fear. I have stamped on my face fear. Perhaps. I stamped it at any stamping store. You lift yourself. Just stay a little longer. But you don't. Not because you hate me. But because you don't want to scare me no more. Well, but this is already another kind of words. Ana Reis

Comentários

Mensagens populares deste blogue

A Velha que vivia num sapato (Versão portuguesa (portuguese version))

Era uma vez... (ou podiam ser duas ou três) Uma velha que vivia dentro de um sapato. Mas não era um sapato qualquer! Era uma bota com alguns remendos a descoser. A morada dela era como que encantada e bela. Nas cartas que costumava escrever podia ler-se: Rua Sapato-bota, número quarenta e meio, Uma velha ao vosso serviço sem medo do alheio. Quando a primavera se lembrava de aparecer todos paravam para ver O jardim maravilhoso que aquela bota tinha. Tinha árvores e flores sem fim, E cheiros maravilhosos que se espalhavam por todo o jardim! O portão era pequeno e engraçado e estava um pouco enferrujado. O seu ferro foi envelhecendo com o passar do tempo. E sempre que o abriam era possível saber Quem lá entrava pelo barulho que ele costumava fazer. E o seu telhado era um pouco inclinado. As suas paredes já estavam um pouco gastas do tempo. E a porta estava sempre aberta para quem quisesse lá entrar. E muitos eram os que queriam a velha visitar! No seu...

Palavras Soltas (01/04/2014 Dinâmica de grupo: O Abrigo Subterrâneo)

As palavras soltas de hoje vão falar de memórias. Hoje estive a arrumar o meu sótão, em todos os sentidos, e consegui encontrar as coisas mais maravilhosas por lá perdidas e, algumas, esquecidas. Vou tentar partilhar convosco algumas delas ao longo do tempo, pelo menos as mais relevantes e, de certa forma, engraçadas. A memória de hoje vai para o meu último ano de Licenciatura. Tinha uma disciplina com o nome Dinâmica de Grupos que era bastante interessante por interagíamos muito uns com os outros e tentávamos funcionar como um grupo. Acho que foi um bom trabalho para aprendermos a trabalhar em equipa. Se bem que na prática as coisas não são tal e qual a teoria. Um dos desafios que nos foram lançados ao longo do semestre foi a dinâmica: O Abrigo Subterrâneo. E vou lançar-vos o desafio também. "Imaginem que uma cidade no mundo está sob ameaça de ser bombardeada. Aproxima-se um homem de nós e solicita-nos que tomemos uma decisão imediata. Existe um abrigo subterrâneo que só pode...

Regressos / Returns

  As palavras soltas de hoje falam sobre regressos. Já há muito tempo que não as escrevo. E tanto tempo há que vocês não as leem. Por isso, hoje, resolvi escrevê-las. Estas pequenas palavras. Livres. Soltas. Tal como sempre vos habituei. E regressar traz sempre um sentimento agridoce. Tanto de excitação como de medo. As palavras soltas têm destas coisas. Sempre que escrevo deixo que seja o meu cérebro a comandar as minhas palavras. Ou serão as minhas palavras que controlam o cérebro?! Lidar com os pensamento enquanto escrevo é obrigatório. Não tenho escapatória possível. E, assim, regresso. Regresso ao meu mundo. Aquele mundo onde escrevo e desenho. Alio duas áreas da criatividade que sempre amei. E não me importo de viver aqui. Neste meu mundo de criatividade. Sinto-me abraçada sempre que o faço. Escrever. Desenhar. E regressar. Bem-vindas queridas palavras soltas! Que este seja um regresso para ficar. Bem, mas estas já são outras palavras soltas. Today's words will talk about ret...